Transfobia

Acusada de transfobia nas redes sociais, J.K. Rowling devolve um prêmio

A autora de Harry Potter tuitou um artigo falando sobre "pessoas que têm menstruação" e comentou ironicamente que elas devem ser chamadas de mulheres, causando uma série de críticas nas redes sociais

A escritora britânica J.K. Rowling, criadora da saga Harry Potter, anunciou nesta sexta-feira (28/8) que devolverá um prêmio recebido nos Estados Unidos pela família Kennedy, depois que um de seus membros criticou suas opiniões sobre pessoas transgênero.

No último ano, a organização Robert F. Kennedy Human Rights (RFKHR) premiou a famosa autora do romance jovem adulto com o Prêmio Ripple of Hope. Mas a presidente, Kerry Kennedy, recentemente declarou que as opiniões de Rowling sobre as pessoas transgênero "subestimam a identidade" dessas pessoas.

"Essas declarações dão a entender incorretamente que eu sou transfóbica", disse a romancista britânica em um comunicado postado em seu site.

"Como doadora de longa data a grupos LGBT e defensora do direito das pessoas trans de viverem livres de perseguição, rejeito categoricamente a acusação de que odeio as pessoas trans ou lhes desejo mal", acrescentou.

A escritora garantiu que, devido à "grande divergência de opiniões" entre ela e o RFKHR, "não teve escolha" senão devolver o prêmio.

Em junho, Rowling foi acusada de fazer comentários considerados transfóbicos em um tuíte.

Ela tuitou um artigo falando sobre "pessoas que têm menstruação" e comentou ironicamente que elas devem ser chamadas de mulheres, causando uma série de críticas nas redes sociais.

O ator britânico Daniel Radcliffe, que interpretou o jovem bruxo Harry Potter no cinema, juntou-se às críticas: "Mulheres trans são mulheres. Qualquer declaração em contrário apaga a identidade e dignidade das pessoas trans", escreveu.

A autora afirma ter recebido "milhares de e-mails de apoio de pessoas preocupadas com essas questões, tanto dentro quanto fora da comunidade trans, muitas das quais se sentem vulneráveis e preocupadas com a toxicidade dessas discussões".