As infecções por coronavírus estão aumentando de forma preocupante em países europeus como Espanha, enquanto a região Ásia-Pacífico entrou em uma "nova fase" da pandemia que afeta os mais jovens e na América Latina os recordes de casos e mortes continuam a ser quebrados.
No total, a pandemia provocou quase 775 mil mortes e quase 22 milhões de infecções, de acordo com um balanço atualizado pela AFP nesta terça-feira a partir de números oficiais.
Na região da Ásia-Pacífico, a covid-19 entrou em uma "nova fase", na qual se espalha entre aqueles com menos de 50 anos, que costumam ser assintomáticos, alertou a Organização Mundial da Saúde (OMS).
E os infectados sem sintomas ou com sintomas leves correm o risco de infectar idosos ou pessoas com problemas de saúde, de acordo com Takeshi Kasai, diretor da OMS para Ásia-Pacífico, em uma entrevista coletiva virtual.
"A epidemia está mudando. Pessoas na faixa dos 20, 30 ou 40 anos são cada vez mais uma ameaça. Não vemos apenas vendo novo surto, vejo sinais de que entramos em uma nova fase da pandemia na Ásia-Pacífico", acrescentou Kasai.
Por exemplo, dois terços das pessoas infectadas nos últimos dias no Japão têm menos de 40 anos. O mesmo ocorre com metade dos infectados nas Filipinas e na Austrália, de acordo com dados da OMS.
Precisamente na Austrália, o governo anunciou que chegou a um acordo com o grupo farmacêutico AstraZeneca sobre a vacina que o laboratório desenvolve em parceria com a universidade britânica de Oxford e, se for eficaz, irá fabricá-la e distribuí-la gratuitamente a todos os cidadãos.
Na Europa, que contabiliza mais de 210 mil mortes por coronavírus e 3,5 milhões de casos, um dos países que mais preocupa é a Espanha, que registrou mais de 16 mil infecções entre a última sexta-feira e segunda-feira.
Nas últimas duas semanas, o país registrou 115 casos por 100 mil habitantes, bem acima dos 45 na França, 19 no Reino Unido e 16 na Alemanha.
Além das restrições decretadas pelo governo, como o fechamento de boates ou a proibição de fumar nas ruas, algumas regiões, como País Basco e Ilhas Baleares, emitiram outras medidas para evitar que a doença continue a se espalhar a um ritmo vertiginoso.
Na Itália, onde já aconteceram mais de 35 mil mortes por coronavírus, o governo adotou medidas semelhantes e decretou o fechamento de boates e casas noturnas com a intenção de garantir o retorno às salas de aula em meados de setembro.