A candidata à presidência de Belarus, Svetlana Tikhanovskaya, convocou nesta sexta-feira manifestações "pacíficas" em todo o país durante o fim de semana, para denunciar a violenta repressão dos protestos contra a polêmica reeleição do presidente Alexander Lukashenko.
"Peço a todos os prefeitos que organizem em 15 e 16 de agosto manifestações pacíficas em cada cidade", afirma em um vídeo divulgado na internet.
Tikhanovskaya se refugiou na Lituânia no início da semana, depois de sofrer pressões do regime de Minsk, segundo o comando de sua campanha.
Também denunciou uma "onda (de repressão) sanguinária", considerou a situação "crítica" e fez um apelo ao governo para que "interrompa isto e passe ao diálogo".
"Os bielorrussos nunca mais vão querer viver sob este poder", insistiu.
A opositora aplaudiu as correntes humanas, em muitos casos formadas por mulheres vestidas de branco, que se multiplicaram desde quarta-feira em todo o país, assim como as greves cada vez mais numerosas nas fábricas para reclamar o fim da repressão e eleições livres.
Tikhanovskaya reivindicou a vitória nas eleições de 9 de agosto, quando obteve oficialmente 10% dos votos, e pediu ao presidente Lukashenko (80%), que governa o país há 26 anos, que ceda o poder.
A reeleição de Lukashenko desencadeou no domingo várias manifestações que foram violentamente reprimidas durante a semana.
Ao mesmo tempo, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, pediu "sanções adicionais" por a Belarus, após a repressão violenta dos protestos contra a reeleição de Lukashenko.
"Precisamos de sanções adicionais contra aqueles que violaram os valores democráticos ou abusaram dos direitos humanos em Belarus", tuitou Von der Leyen, poucas horas antes de uma reunião dos ministros das Relações Exteriores do bloco sobre a crise.
A Alemanha também se mostrou favorável a sanções da União Europeia contra Belarus.
"Do ponto de vista do governo, também temos que abordar sanções", afirmou o porta-voz do Executivo da Alemanha.