Onde está o pequeno Gioele? A Itália vive um verão marcado pelo desaparecimento misterioso de um menino de quatro anos na Sicília há dez dias e pela descoberta do corpo de sua mãe no fim de semana passado.
O caso gerou muitas especulações e ocupa a imprensa diariamente, depois que Viviana Parisi, uma DJ de 43 anos, e seu filho Gioele, desapareceram na manhã de 3 de agosto.
Na última vez que foram vistos, os dois estavam no acostamento da rodovia Palermo-Messina, ao norte da Sicília, devido a uma pequena colisão com outro automóvel dentro de um túnel.
Viviana, que segundo sua família estava muito abalada psicologicamente pela pandemia de coronavírus, foi encontrada morta após dias de busca, em 8 de agosto, em uma floresta perto da cidade de Caronia.
Seu corpo estava próximo a uma torre de alta tensão e apresentava várias fraturas.
"Todas as hipóteses estão abertas, desde acidente até o gesto extremo", explicou o promotor do caso, Angelo Cavallo.
As autoridades decidiram continuar a busca pelo menino e rastrearam a região com o auxílio de cães e drones.
"Os insetos falam"
"Homicídio, sequestro, acidente: todos os cenários são considerados", afirma o jornal Corriere Della Sera, que publicou fotos da mulher, apaixonada do música, e de seu marido, o também DJ e produtor de música eletrônica Daniele Mondello.
Segundo o médico que fez a autópsia, Viviana "provavelmente morreu onde encontraram seu corpo".
O cadáver não tinha feridas visíveis, tiros ou facadas, estava um pouco decomposto, o que levou parte da imprensa a especular que animais comeram algumas partes do corpo.
As autoridades ordenaram colher amostras do terreno e convocaram um entomologista "para estudar os insetos que colonizaram o corpo, porque os insetos falam e dizem a hora da morte", explicou a Promotoria.
Viviana e Gioele desapareceram poucas horas depois de ela avisar o marido que sairia para comprar sapatos em uma cidade próxima. Ela não foi vista em lugar nenhum durante a manhã, mas seu Opel Corsa cinza foi fotografado na rodovia.
As imagens desfocadas não permitem distinguir claramente os passageiros nem confirmam se o menino estava no veículo, na cadeira de criança, de acordo com a imprensa italiana.
Pouco depois do acidente no túnel, a mulher parou seu carro no acostamento da estrada e atravessou a grade para entrar na cidade de Caronia. Duas testemunhas afirmam que a viram com o filho nos braços. Vários brinquedos e uma mochila do menino foram encontrados no veículo.
Os "últimos 22 minutos" de Viviana passados no acostamento da estrada formam a grande incógnita. Não se descarta um cenário de homicídio seguido por suicídio.
De acordo com a família, Viviana estava deprimida - inclusive tinha receitas de antidepressivos -, mas nunca mataria seu filho, a quem era muito apegada.
Uma possibilidade é que tenha sido assassinada e o menino sequestrado.