Um xerife da Flórida ordenou que seus policiais não usem máscaras e proibiu seu uso dentro do gabinete, em um momento em que esse estado no sudeste dos Estados Unidos registra números recordes de mortes por causa da pandemia.
O xerife Billy Woods, do condado de Marion, no centro da Flórida, proibiu o uso de máscaras por sua equipe através de um e-mail enviado na terça-feira, divulgado pelo jornal local Ocala Star Banner.
"Quando estiverem em serviço/trabalhando como meu funcionário e representando meu gabinete, não usem máscaras", diz o e-mail.
O xerife estabeleceu algumas exceções para policiais que trabalham em prisões, escolas, hospitais ou próximos a casos suspeitos de terem o vírus.
Acrescentou que, por causa da animosidade contra as forças policiais por causa dos protestos de conotação racial que ocorrem em todo o país, não permitirá que os que forem ao seu gabinete usem máscaras, para que possam ser devidamente identificados.
A Flórida, estado onde o uso de máscara não é obrigatório, porém recomendado, é um dos principais focos da pandemia. Na terça houve um recorde de 276 mortes, e nesta quarta foram 212.
No total, 8.765 pessoas morreram e mais de 550.901 foram infectadas com coronavírus, em uma população de 21 milhões.
Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), assim como a maioria da comunidade médica e científica, recomendam o uso de máscaras para prevenir a propagação da pandemia.
O xerife Woods escreveu no Facebook que ele e outros comissários de todo o país conversaram por telefone com o presidente americano, Donald Trump.
Nesse post, dezenas de usuários comentaram sobre a proibição de usar máscaras com críticas a Woods.
"Uma coisa é não exigir o uso de máscaras, mas proibi-lo explicitamente? Isso é uma forma totalmente nova de estupidez", escreveu um usuário da rede social em comentário na postagem.
Mais de um terço (29%) dos 355.000 moradores do condado de Marion têm mais de 65 anos, considerada a população mais vulnerável ao coronavírus, em um estado onde americanos de todo o país vêm quando aposentados.
O escritório de Woods não respondeu aos questionamentos da AFP nesta quarta-feira.