Hong Kong anunciou nesta quarta-feira (12/8) a suspensão dos tratados de extradição com França e Alemanha, poucos dias depois da adoção de medidas similares por parte dos países europeus em sinal de protesto pelo retrocesso das liberdades no território semiautônomo.
"Os dois países politizaram a cooperação na área jurídica, comprometendo assim a base da cooperação jurídica entre Hong Kong, Alemanha e França", afirmou o governo de Hong Kong em um comunicado.
No início de agosto, o ministério francês das Relações Exteriores anunciou que "à luz dos últimos acontecimentos" na ex-colônia britânica, a França renunciava a ratificar o acordo de extradição assinado em 4 de maio de 2017 com o território semiautônomo.
Alguns dias antes, o ministério alemão das Relações Exteriores havia anunciado a mesma decisão, mencionando os recentes "acontecimentos" e em especial o adiamento por um ano das eleições legislativas devido ao novo coronavírus.
Antes da França e da Alemanha, vários países ocidentais - Canadá, Reino Unido, Austrália, Nova Zelândia - anunciaram as mesmas medidas em reação à lei de segurança nacional que entrou em vigor em 30 de junho na região autônoma e que busca punir a "subversão, secessão, terrorismo e conluio com forças estrangeiras."
Imposta após as gigantescas manifestações de 2019 em Hong Kong contra a influência de Pequim, a lei provoca o temor de um retrocesso sem precedentes das liberdades que a ex-colônia britânica desfruta desde sua devolução para a China em 1997.