Um manifestante morreu e dezenas ficaram feridos em Minsk nos protestos de domingo à noite contra os resultados da eleição presidencial em Belarus, anunciou a ONG Viasna de defesa dos direitos humanos.
O presidente Alexander Lukashenko venceu a eleição de domingo com 80,23% dos votos, de acordo com os resultado divulgados pela agência estatal Belta, após uma votação tensa, marcada por atos de violência e acusações de fraude.
A principal rival de Lukashenko, Svetlana Tikhanovskaya, recebeu 9,9% dos votos, indicam os primeiros resultados oficiais da Comissão Eleitoral de Berlarus.
Os outros três candidatos receberam menos de 2% dos votos cada, de acordo com a Comissão.
"Um jovem sofreu um traumatismo craniano fatal depois de ter sido atingido por um veículo das forças de segurança nas manifestações na capital, afirmou nesta segunda-feira a Viasna.
"Dezenas de pessoas ficaram feridas nos confrontos com as forças de segurança. Dez foram levadas a hospitais", afirmou à AFP um diretor da ONG, Serguei Sys.
Além disso, mais de 300 pessoas foram detidas no domingo, a maioria durante os protestos, também segundo a Viasna.
A porta-voz do ministério do Interior bielorrusso, Olga Shemodanova, negou qualquer morte.
Svetlana Tikhanovskaya, uma professora de inglês de 37 anos, declarou no domingo que "maioria" dos cidadãos apoiava sua candidatura.
A campanha foi marcada por uma mobilização sem precedentes a favor de Tikhanovskaya, com eventos que reuniram milhares de pessoas em todo o país.
O presidente russo Vladimir Putin enviou um "telegrama de felicitações" ao colega de Belarus.
"Conto que sua ação à frente do Estado permita o desenvolvimento futuro de relações russo-bielorrussas mutuamente vantajosas", escreveu Putin a Lukashenko, segundo o Kremlin.
Nas últimas semanas, Lukashenko acusou seu tradicional aliado russo de querer dominar o país, de apoiar a oposição e tentar desestabilizar seu governo.
Lukashenko também recebeu mensagem de felicitações do presidente da China, Xi Jinping.
Ao mesmo tempo, a Polônia pediu que a União Europeia (UE) organize uma reunião extraordinária sobre a situação em Belarus após a repressão das manifestações.
"As autoridades usaram a força contra seus cidadãos, que estão exigindo mudanças no país. Devemos apoiar o povo de Belarus em sua busca por liberdade", afirmou o primeiro-ministro polonês Mateusz Morawiecki.