Bolsonaro convida Temer para missão de ajuda

O presidente Jair Bolsonaro convidou o ex-presidente Michel Temer para coordenar uma missão de apoio ao Líbano. O anúncio foi feito durante uma videoconferência mediada pelo líder francês, Emmanuel Macron, que contou com a participação de 15 doadores internacionais, entre eles, o presidente Donald Trump (Estados Unidos) e o rei Abdullah II (Jordânia). Em nota à imprensa, Temer se disse “honrado” com o convite. “Quando o ato for publicado no Diário Oficial, serão tomadas as medidas necessárias para viabilizar a tarefa”, afirmou. O Correio entrou em contato com a assessoria de Temer e recebeu a informação de que ele somente concederá entrevistas depois da publicação do ato presidencial.

“Nos próximos dias, partirá do Brasil, rumo ao Líbano, uma aeronave da Força Aérea Brasileira com medicamentos e insumos básicos de saúde reunidos pela comunidade libanesa radicada no Brasil. Também estamos preparando o envio, por via marítima, de 4 mil toneladas de arroz, para atenuar as consequências da perda de estoques de cereais perdidos na explosão”, disse Bolsonaro, durante a videoconferência. “Estamos acertando com o governo libanês o envio de uma equipe técnica multidisciplinar para colaborar na realização da perícia da explosão. Convidei, como meu enviado especial e chefe dessa missão, o senhor Michel Temer, filho de libaneses e ex-presidente do Brasil.”

Bolsonaro destacou que “o Brasil é o lar da maior diáspora libanesa do mundo”. “Dez milhões de brasileiros de ascendência libanesa formam uma comunidade trabalhadora, dinâmica e participativa, que contribui, de forma inestimável, com nosso país. Por essa razão, tudo o que afeta ao Líbano nos afeta como se fosse nosso próprio lar e nossa própria pátria. Nesse momento difícil, o Brasil não foge à sua responsabilidade”, explicou. Segundo ele, o país presta assistência humanitária internacional e propõe ações de cooperação no médio e longo prazo, em benefício da sociedade libanesa.

O brasileiro também agradeceu aos organizadores pelo convite para participar da reunião virtual, “tão importante quanto urgente”. “O momento requer a união de esforços internacionais, a fim de enfrentar as consequências das terríveis explosões na região portuária de Beirute. Apresento, uma vez mais, minhas condolências, em nome do povo e do governo do Brasil, às famílias enlutadas. A grande maioria de libaneses, mas, também, nacionais de outros países vitimados por essa tragédia”, declarou Bolsonaro. “Nossa solidariedade estende-se, igualmente, aos mais de 5 mil feridos, entre os quais alguns brasileiros, e aos mais de 250 mil desabrigados.”

Esperança

A videoconferência começou às 9h (hora de Brasília) e foi organizada pela França e pela Organização das Nações Unidas (ONU). De acordo com Macron, a reunião simboliza “uma iniciativa urgente e esperança ao futuro” do Líbano. “O objetivo, hoje, é agir de forma rápida e eficaz para coordenar nossa ajuda em solo para que chegue o mais eficientemente possível para os libaneses”, declarou o francês, que visitou Beirute na quinta-feira. A comunidade internacional prometeu 250 milhões de euros em ajuda, mas cobrou reformas no país. “A assistência deve ser oportuna, suficiente e consistente com as necessidades do povo libanês (….) e entregue diretamente à população libanesa com máxima eficiência e transparência”, afirma um comunicado assinado pelos 15 líderes participantes do encontro virtual.