Dezenas de manifestantes tentaram impedir a polícia polonesa de prender uma ativista dos direitos LGBT em Varsóvia nesta sexta-feira, depois que um tribunal ordenou sua prisão preventiva por um período de dois meses.
A ativista, que se identifica como mulher e atende pelo nome de Margo, foi levada a tribunal com sua identidade masculina.
Ela é acusada de danificar uma van com inscrições homofóbicas em Varsóvia em junho e de empurrar intencionalmente um voluntário de uma fundação antiaborto e proprietário do veículo.
A van da "Fundação pró-direito à vida" circula com frequência pelo centro de Varsóvia, pronunciando slogans homofóbicos e coberta de cartazes nos quais se relacionam homossexualidade e pedofilia.
"Durante a prisão da ativista, a multidão impediu a ação da polícia. Houve intervenções contra as pessoas mais agressivas. Violações da lei não serão toleradas", escreveu a polícia de Varsóvia no Twitter, após dezenas de manifestantes bloquearem momentaneamente o carro da polícia em que Margo estava sendo transportada.
A prisão preventiva, normalmente utilizada para evitar que um novo crime seja cometido, é uma medida "repressiva", segundo a militante, citada pela assessoria de imprensa do PAP antes de sua prisão.
"Eu gostaria de ver criminosos perigosos sendo perseguidos tão duramente quanto ativistas", disse Hanna-Gil Piatek, uma representante de esquerda presente no comício.
Margo faz parte de um grupo de ativistas suspeitos de ter decorado vários monumentos em Varsóvia, incluindo uma estátua de Jesus Cristo, com bandeiras LGBT e símbolos anarquistas na semana passada.
Os procuradores iniciaram processos contra três pessoas neste caso por profanação de monumentos e ofensa a sentimentos religiosos.