O exército israelense aumentou a pressão nesta quinta-feira sobre o Hamas, com ataques aéreos e o bloqueio do acesso a combustível na Faixa de Gaza, com o objetivo de frear o lançamento de balões incendiários a partir do território contra Israel.
Na última semana, o exército de Israel reivindicou bombardeios noturnos contra posições do Hamas, o grupo islamita que governa a Faixa de Gaza, em resposta aos lançamentos de balões incendiários, que provocaram incêndios no sul de Israel mas não deixaram vítimas.
Além disso, na quarta-feira à noite o Estado hebreu, que mantém um bloqueio sobre Gaza há uma década, anunciou uma redução "imediata" da zona de pesca no Mediterrâneo para os moradores de Gaza, de 15 a oito milhas náuticas.
Na terça-feira, as autoridades israelenses fecharam o ponto de passagem de Karem Shalom, por onde entram as mercadorias em Gaza e onde moram dois milhões de pessoas, mais da metade delas abaixo da linha da pobreza, segundo o Banco Mundial.
O ministério da Defesa de Israel anunciou nesta quinta-feira que vai "frear a importação de combustível na Faixa de Gaza devido ao constante lançamento de balões incendiários" a partir do território.
Um comunicado militar afirma que os bombardeios israelenses atingiram "vários alvos militares do Hamas na Faixa de Gaza", incluindo uma "área militar utilizada pelas forças navais, infraestruturas subterrâneas e postos de observação".
Os ataques não deixaram nenhum ferido, mas um "míssil, que não explodiu, lançado pela força aéreas israelense" foi encontrado em uma escola do campo de refugiados de Shati, informação confirmada pela Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA).
Após cinco meses fechadas pela pandemia da covid-19, as escolas da Faixa de Gaza acabaram de retomar as atividades. O colégio atingido foi fechado à espera de uma investigação, de acordo com a ONU.
O exército israelense investiga sobre o míssil, afirmou um porta-voz militar à AFP.
Apesar da trégua do ano passado, alcançada após mediação da ONU, Egito e Catar, Hamas e Israel, que iniciaram três guerras (2008, 2012 e 2014), mantêm os confrontos esporádicos.
Analistas palestinos acreditam que os ataques a partir de Gaza buscam pressionar o Estado hebreu a aprovar a ajuda financeira do Catar à região, prevista no acordo de trégua.
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