A Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público da Câmara aprovou nesta terça-feira (03) a convocação do ministro da Defesa, general Braga Netto, para explicar ameaças contra a realização das eleições caso o voto impresso não seja aprovado no Parlamento. A iniciativa ocorreu após requerimento do deputado Rogério Correia (PT-MG).
Ele deve ser ouvido no dia 17 deste mês. Reportagem publicada pelo jornal "Estado de S. Paulo" revelou que em 22 de junho deste ano, por meio de interlocutores, Braga Netto fez chegar ao presidente da Câmara, Arthur Lira, que a realização do pleito estaria condicionando a impressão do voto.
A pauta é defendida pelo presidente Jair Bolsonaro, que afirma, sem provas, que este tipo de modelo traria mais segurança a votação. Em nota publicada no mesmo dia, Braga Netto defendeu as intenções do governo sobre mudanças nas eleições. “A discussão sobre o voto eletrônico auditável por meio de comprovante impresso é legítima, defendida pelo governo federal, e está sendo analisada pelo Parlamento brasileiro, a quem compete decidir sobre o tema”, escreveu o ministro.
A publicação foi vista como um recado ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Os magistrados apontam que a mudança é desnecessária, cara e que o atual sistema é íntegro e seguro.