Na manhã desta quarta-feira (12), a reitora Denise Pires e o vice-reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro Carlos Frederico Leão abriram coletiva na qual exploraram com detalhes a real situação orçamentária da instituição.
A reitora convocou as autoridades brasileiras a tomarem uma atitude frente à crise enfrentada pela universidade mais antiga do Brasil. “Estamos aqui fazendo um apelo para que a UFRJ tenha, pelo menos, um orçamento recomposto aos patamares de 2020”.
Ela ainda explica que a instituição passou a cumprir um papel importante na sociedade carioca e brasileira na pandemia, com o crédito que a universidade teve em 2020, eles passariam a poder continuar exercendo sua função.
“Poderemos tentar terminar o ano com as atividades que passamos a exercer com a pandemia do novo coronavírus. Não queremos fechar leitos, parar de produzir vacinas brasileiras, parar de produzir álcool gel”, diz Denise.
O vice-reitor Carlos Frederico Leão Rocha começou sua fala dizendo que a última intenção da universidade é paralisar as atividades. “Estamos alertando a sociedade de que, mantendo o orçamento, não há como continuar. Nós temos que informar que isso pode ser inviabilizado [o funcionamento da UFRJ], é fundamental que a universidade ou os valores que ela carrega devam ser preservados”.
Segundo ele, ao continuar com o orçamento, previsto na LOA deste ano, não há como manter contas básicas. “Nós temos um limite de produtividade que o TCU preconiza, seria colocar alternativas como fechar banheiros. A UFRJ tem nove hospitais e eles estão correndo riscos
”, informa.
Ele ainda explica que foi solicitado uma expansão de recurso mas foi negado pelo governo, de acordo com ele “parece haver um projeto de destruição, temos a saída se tivermos uso de recursos próprios”, aponta.
O pró-reitor de Planejamento, Desenvolvimento e Finanças Eduardo Raup afirma que a UFRJ não vai fechar. Entretanto, essa coletiva, e esse alerta que a universidade faz é para que o entendimento chegue a todos de que as condições de funcionamento estão precarizadas, e, segundo ele, a sociedade e o corpo universitário precisa “estar junto nessa luta”.
Ele explica que o decréscimo que atingiu a universidade em 2021 acontece cumulativamente. “O funcionamento, que chega a essa situação dramática, de 2020 para 2021, é um corte de mais de R$ 80 milhões, os contratos foram mantidos, não foram cortados, foram honrados. Entretanto, a nossa verba foi diminuída.”
Raupp afirma que em 2020 a universidade terminou o ano com um superávit e, por isso, estava equilibrada. Esperava-se para 2021 o mesmo cenário, entretanto, o que não era aguardado pela equipe era um corte tão imenso no orçamento.