Tarifaço

EUA só têm a perder com aumento de tarifas, diz Haddad após reunião com setor do aço

Ministro da Fazenda se encontrou com o presidente do Instituto Aço Brasil, Marco Polo Lopes, nesta quarta-feira (12/3), para discutir tarifas de importação. Argumentos do setor contra tarifaço de Trump são "muito consistentes", destacou

O ministro da Fazenda se reuniu nesta quarta-feira (12/3) com o presidente do Instituto Aço Brasil, Marco Polo Lopes -  (crédito: Diogo Zacarias/MF)
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O ministro da Fazenda se reuniu nesta quarta-feira (12/3) com o presidente do Instituto Aço Brasil, Marco Polo Lopes - (crédito: Diogo Zacarias/MF)

As tarifas impostas pelos Estados Unidos para a importação de aço e alumínio no país começaram a valer nesta quarta-feira (12/3) e o governo brasileiro segue em busca de uma negociação para reverter as novas taxas. Nesta manhã, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reuniu com o presidente do Instituto Aço Brasil, Marco Polo Lopes, para ouvir as propostas do setor que devem ser levadas aos representantes norte-americanos. 

Segundo o ministro, o instituto ressaltou que os EUA só têm a perder com as tarifas, visto que o comércio entre os dois países é considerado equilibrado, além de que, ao contrário do que o posicionamento do governo norte-americano dá a entender, o Brasil não revende o produto final, ou seja, o aço importado pelo Brasil não é o mesmo produto que é exportado para outros países. 

Desta forma, o setor destacou, ainda, que o Brasil não exporta o aço acabado, ao contrário dos Estados Unidos, que compra o produto semiacabado do país sul-americano. “Então não faz menor sentido ser acusado de reexportar o que nós estamos importando. Não teria nem lógica esse argumento. Então trouxeram isso e também trouxeram medidas de proteção da indústria nacional. Nós vamos estudar, como sempre fazemos, e vamos sentar”, disse Haddad, em entrevista a jornalistas. 

Ainda de acordo com o ministro, o setor pede providências tanto em relação às exportações quanto às importações. Nesse caso, a estratégia para as exportações envolve uma negociação bilateral, enquanto que, com as importações, a pauta seria mais voltada para a defesa do comércio local. 

“Tem propostas em relação à importação e à exportação do aço. Eles trouxeram argumentos muito consistentes de que não é bom negócio sequer para os americanos, que eles estão com um diagnóstico, segundo o setor do aço, o diagnóstico do governo americano a respeito da exportação brasileira está equivocado”, acrescenta.

Haddad destacou, ainda, que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva exigiu mais calma para tratar sobre as negociações e ressaltou que já houve outras condições mais desfavoráveis do que imposta pelo governo Trump. “Vamos acompanhar como vai ser a reação deles a essa perspectiva. Certamente, eles não vão ficar parados em relação a isso”, concluiu o ministro.

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As tarifas de importação de 25% sobre o aço e o alumínio foram assinadas pelo governo norte-americano no último dia 10 de fevereiro, mas só entraram em vigor nesta quarta-feira. A medida vale para as importações de todos os países do mundo. No caso do Canadá, o presidente Donald Trump, anunciou uma tarifa adicional de 25% sobre os mesmos produtos, elevando, desta forma, a taxa para 50% ao todo.

Raphael Pati
postado em 12/03/2025 11:45 / atualizado em 12/03/2025 12:07