Uma série de perfis têm disseminado conteúdos falsos e fora de contexto sobre a situação de calamidade no Rio Grande do Sul, que sofre com consequências de enchentes desde a última semana. Para além de confundir a população a respeito das medidas adotadas e atrapalhar as operações de resgate, as postagens instalam pânico e apresentam informações desrespeitosas com vítimas e familiares.
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A seguir, listamos alguns dos boatos que circulam sobre a emergência no RS.
Helicópteros de resgate
Informações que circulam nas redes sociais têm alegado que o governo federal teria disponibilizado somente dois helicópteros da Força Aérea Brasileira (FAB) para todo o estado. Informações utilizam notícias fora de contexto que falam de duas aeronaves da FAB utilizadas em uma operação de resgate, que não correspondem a todas as ações.
Desde 30 de abril, a FAB coordena a operação Taquari II, que se destina ao resgate de pessoas ilhadas, evacuações aeromédicas, distribuição de água, alimentos e donativos e auxílio na recuperação da infraestrutura danificada. A ação conta com 42 aeronaves, sendo 12 da FAB, 243 embarcações, 2,5 mil viaturas e 15 mil militares. Participam da operação ainda o Exército Brasileiro, Marinha, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Federal e Receita Federal.
Também é falso que aeronaves particulares estejam sendo impedidas de oferecer ajuda humanitária. Um comunicado emitido pela Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República informa que operadores privados, agrícolas e de táxi-aéreo, aeroclubes e Centros de Instrução de Aviação Civil (CIAC) podem ajudar no transporte de suprimentos e resgates, desde que a operação ocorra sem remuneração.
O apoio coordenado pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) vai garantir que esses voluntários estejam isentos do pagamento de tarifas aeroportuárias. Para conseguir a dispensa, que vai até 15 de maio, é necessário entrar em contato com as concessionárias dos aeroportos. Também é preciso que os operadores entre. em contato com a Defesa Civil do RS pelo número (51) 9 8402-7396.
Postos fiscais não barraram suprimentos
Além da ajuda por vias aéreas, o auxílio pelas rodovias também foi alvo de alegações falsas. No domingo, a Casa Civil e o governo do Rio Grande do Sul desmentiram a informação de que caminhões que carregavam suprimentos para vítimas da tragédia teriam sido barrados para cobrança de impostos.
A Secretaria da Fazenda de Santa Catarina também afirmou que há ações de fiscalização para impedir que mantimentos cheguem aos municípios atingidos. A pasta ainda indicou que está em contato com a Secretaria da Fazenda do Estado do Rio Grande do Sul (Sefaz-RS) para que não haja impedimentos para a passagem de donativos.
Vídeos fora de contexto
Nos últimos dias, circularam ainda vídeos alarmantes de enchentes em diversos lugares do mundos. Esses conteúdos, no entanto, foram falsamente relacionados ao Rio Grande do Sul.
Um desses vídeos mostram uma dezena de bois sendo carregados pela correnteza. As imagens, que circulam desde julho de 2020, foram registradas no México, no estado de Nayarit. Por meio de uma busca reversa no Google Lens, é possível encontrar a mesma imagem relacionada a publicações em sites e em redes sociais.
Outro vídeo, de uma inundação em uma rodovia, aconteceu há duas semanas em La Paz, capital da Bolívia.
Informações oficiais
É importante destacar que o levantamento de vítimas, bem como ações de resgate, são divulgados diariamente por canais oficiais.
Além do governo federal, boletins diários podem ser conferidos pelos canais da Força Aérea Brasileira e pelo governo do Rio Grande do Sul. As orientações para resgate e evacuação podem ser conferidas nas páginas da Defesa Civil do estado.
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