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Caso Galdino: o líder indígena queimado vivo enquanto dormia

Cinco jovens de classe alta assassinaram o indígena Galdino enquanto ele dormia em parada de ônibus, em 1997

Comoção nacional. O assassinato de Galdino Jesus dos Santos, em uma rua de Brasília, chocou a todos os brasileiros. Uma combinação perigosa entre o acaso, estereótipos sociais e intenção maldosa culminou em um líder indígena queimado vivo.

Após dia intenso de lutas por seu povo, o pataxó despertou do sono com o corpo tomado pelas chamas, em uma parada de ônibus. A morte foi desesperadora e lenta. Os criminosos, cinco jovens de classe média alta, fugiram de carro após perceberem que não estavam sozinhos na cena do crime.

A noitada acabou atrás das grades. Condenados a 14 anos de prisão, o quinteto da morte cumpriu poucos, durante os quais tiveram acesso a várias regalias.

Na época do crime, o Correio entrevistou três dos autores da barbárie: "A gente queria só assustar. Jogamos na perna do cobertor. Mas o fogo se espalhou rápido demais," disse um deles.

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Falas marcantes

  • "Eles nos chamam de selvagens, mas são uns verdadeiros animais", falou o cacique Wilson Pataxó
  • “Nunca tinha visto selvageria igual”, relatou um delegado
  • “Estou horrorizado”, disse o presidente Fernando Henrique Cardoso
  • “Esse crime enoja a sociedade brasileira”, completou o ministro da Justiça, Milton Seligman
  • “A honra de Brasília está em jogo por causa desse crime hediondo”, declarou o governador Cristovam Buarque

Cronologia do crime

20 de abril de 1997
O índio pataxó Galdino é queimado vivo durante a madrugada. Os autores foram presos no mesmo dia

21 de abril de 1997
Galdino morre com 95% do corpo queimado

22 de abril de 1997
Sob protestos, o indígena é enterrado em Pau Brasil (BA)

28 de abril de 1997
A Justiça pede a prisão preventiva dos criminosos

12 de setembro de 1997
O menor de idade envolvido é libertado

11 de novembro de 2001
Os quatro acusados maiores de idade são condenados a 14 anos de prisão

23 de novembro de 2004
Dois deles conseguem liberdade condicional

21 de dezembro de 2004
Os outras dois também saem da prisão

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