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Caso Galdino: o líder indígena queimado vivo enquanto dormia

Cinco jovens de classe alta assassinaram o indígena Galdino enquanto ele dormia em parada de ônibus, em 1997

Foto de perfil do autor(a) Talita de Souza
Talita de Souza
Foto de perfil do autor(a) Lorena Pacheco
Lorena Pacheco
17/11/2023 20:39 - Atualizado em 17/11/2023 20:40
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Comoção nacional. O assassinato de Galdino Jesus dos Santos, em uma rua de Brasília, chocou a todos os brasileiros. Uma combinação perigosa entre o acaso, estereótipos sociais e intenção maldosa culminou em um líder indígena queimado vivo.

Após dia intenso de lutas por seu povo, o pataxó despertou do sono com o corpo tomado pelas chamas, em uma parada de ônibus. A morte foi desesperadora e lenta. Os criminosos, cinco jovens de classe média alta, fugiram de carro após perceberem que não estavam sozinhos na cena do crime.

A noitada acabou atrás das grades. Condenados a 14 anos de prisão, o quinteto da morte cumpriu poucos, durante os quais tiveram acesso a várias regalias.

Na época do crime, o Correio entrevistou três dos autores da barbárie: "A gente queria só assustar. Jogamos na perna do cobertor. Mas o fogo se espalhou rápido demais," disse um deles.

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Falas marcantes

  • "Eles nos chamam de selvagens, mas são uns verdadeiros animais", falou o cacique Wilson Pataxó
  • “Nunca tinha visto selvageria igual”, relatou um delegado
  • “Estou horrorizado”, disse o presidente Fernando Henrique Cardoso
  • “Esse crime enoja a sociedade brasileira”, completou o ministro da Justiça, Milton Seligman
  • “A honra de Brasília está em jogo por causa desse crime hediondo”, declarou o governador Cristovam Buarque

Cronologia do crime

20 de abril de 1997
O índio pataxó Galdino é queimado vivo durante a madrugada. Os autores foram presos no mesmo dia

21 de abril de 1997
Galdino morre com 95% do corpo queimado

22 de abril de 1997
Sob protestos, o indígena é enterrado em Pau Brasil (BA)

28 de abril de 1997
A Justiça pede a prisão preventiva dos criminosos

12 de setembro de 1997
O menor de idade envolvido é libertado

11 de novembro de 2001
Os quatro acusados maiores de idade são condenados a 14 anos de prisão

23 de novembro de 2004
Dois deles conseguem liberdade condicional

21 de dezembro de 2004
Os outras dois também saem da prisão

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Edição: Mariana Niederauer, Roberto Fonseca, Lorena Pacheco, Pedro Grigori Ronayre Nunes, Samuel Calado, Talita de Souza e Thays Martins | Pesquisa: Francisco Lima Filho e Mauro Ribeiro | Mentoria: Julio Gomes Filho | Tecnologia: Guilherme Dantas, Patrick Lima e Vinícius Paixão


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