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Vestibular da UnB: veja dicas para administrar as emoções e gerir o tempo

Especialistas ouvidos pelo Correio dão dicas aos candidatos de como manter o controle emocional durante a prova; professores sugerem algumas atividades que podem aquecer o cérebro e técnicas para gerir bem o tempo

A Universidade de Brasília (UnB) realiza hoje e amanhã o vestibular tradicional. Os candidatos têm 150 questões para responder em capara cada dia. Serão ofertadas 2.112 vagas, para os 14.528 inscritos que vão fazer as provas no Distrito Federal, em Goiânia, Formosa (GO), Valparaíso (GO) e Uberlândia (MG). O Correio conversou com psicólogos, professores e candidatos para saber como administrar as emoções e realizar as questões em cinco horas, tempo disponibilizado para a prova.

Em cada dia de prova, os candidatos deverão responder 150 questões. Para a psicóloga clínica com atendimento a adolescentes, adultos e grupos, Keliane Veiga, as expectativas dos estudantes podem desencadear sintomas, como a taquicardia, falta de ar, dor no peito, pensamentos acelerados e sensação de angústia. Segundo a psicóloga, técnicas de respiração para diminuir a frequência cardíaca, meditação e reconhecer a ansiedade como parte do processo são estratégias essenciais para assumir a autoconfiança do seu corpo e autonomia na tomada de decisões durante a prova. "Perceber estes sinais e concentrar no corpo ajudam a canalizar o momento de ansiedade e auxiliam o jovem a recuperar o foco. Utilizar a concentração para fazer o que está ao seu alcance, dividir a prova em etapas menores, separando em blocos por temas, tudo isso ajuda a organizar melhor a mente", explicou. 

Leonardo Menegoto, 17 anos, quer cursar medicina, e está na expectativa para fazer a prova. "Prefiro fazer logo. Se a ansiedade falar mais alto na hora da prova e eu ficar cansado, faço uma respiração pausada, resolvo questões de outra área de conhecimento, soluciono as que tenho preferência, acho que assim dá certo", planeja. 

O autocontrole sobre o corpo na véspera de prova, como regular o sono, ter uma boa alimentação, chegar com antecedência e desligar o celular, é um fator que contribui para diminuir a ansiedade na hora da prova, de acordo com o professor de matemática do curso pré-vestibular Academia das Específicas, Luis Bogado. "Além disso, eu recomendaria aquecer o cérebro antes com um jogo do sete erros para estimular a atenção, palavra cruzada para intensificar a memória, ou um sudoku para aquecer o raciocínio lógico", explicou.

Tempo de prova 

Hierarquizar as questões entre fáceis, medianas e difíceis, priorizar os conteúdos da sua zona de domínio e manter o foco e a concentração são passos largos para gerir bem as cinco horas de prova. Coordenador e professor de história e de filosofia do curso pré-vestibular Academia das Específicas, Rodrigo Caetano recomenda que os candidatos marquem direto no gabarito as questões de absoluta certeza. Depois, ele indica que sejam feitos os itens que geram dúvidas no final da prova. Por fim, o estudante deve desconsiderar as perguntas sobre as quais ele desconhece. 

Renato Pinheiro, 20 anos, quer cursar medicina, estuda para o vestibular e para o Enem há três anos e planeja o tempo de prova especificamente para o vestibular da UnB, por causa do método de "uma errada anular uma certa". "Gosto de fazer tudo em seguida e pular as que eu não tenho certeza. Eu não volto muito nas questões que eu sei para revisar. Eu só retorno nas questões que fiquei com dúvida para tentar resolver e conseguir o máximo de pontos possível. Como tem aquele fator de correção, é melhor não arriscar em todas que não tem certeza", explicou. 

Quanto ao primeiro dia de prova — de humanas, linguagens e de redação —, o professor de história e filosofia recomenda ler o tema da redação primeiro e depois passar para a prova. "Olhar o tema e os textos motivadores, por alto, no primeiro momento, é bom porque o cérebro trabalha aquela informação e o tema pode ser abordado em textos ao longo da prova. Um bom horário para o aluno fazer o rascunho da redação e passar para o gabarito é no meio da prova", sugeriu.

Estagiário sob a supervisão de Márcia Machado