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Primeiros lugares no PAS/UnB revelam desejo de mudar o mundo

Candidatos se destacam entre os aprovados nos câmpus Darcy Ribeiro, Gama, Ceilândia e Planaltina

A meta de mudar o mundo, fazer o bem e, acima de tudo, diferença em uma sociedade tão desigual, norteia os anseios dos candidatos que se destacaram no Programa de Avaliação Seriada (PAS) da Universidade de Brasília (PAS/UnB), cujo resultado foi divulgado nesta terça-feira (24/1). Em comum entre eles, além dos 17 anos de idade, a determinação e dedicação no processo de preparação na a nova e mais importante etapa de vida.

Estudando por conta própria, Lucas Gabriel de Oliveira, 17, foi classificado em primeiro lugar geral no câmpus Gama e também em primeiro lugar em engenharia. Criado na Cidade Ocidental, município de Goiás, concluiu o ensino médio na Escola Estadual Jorge Amado. “Optou pela escola pública para não onerar ainda mais o orçamento doméstico lá em casa, uma vez que meu pai é aposentado e minha mãe batalha pra caramba”, disse, revelando que sonha em se especializar em engenharia de software, por entender que se trata “de uma profissão do presente e, principalmente, do futuro”.

Arquivo pessoal - Lucas Lima, primeiro lugar no câmpus Gama

O estudante conta, ainda, que se valeu de livros e apostilas usados pelo irmão mais velho, que se formou na UnB, em geofísica, e de uma prima criada em sua casa que graduou-se em letras na mesma instituição. “Além das apostilas cheias de anotações e rascunhos, lancei mão de muitos conteúdos na internet, principalmente no Youtube”, diz.

Sua expectativa, afirma, é graduar-se, partir para especialização, estudar no exterior e “crir programas inovadores que possam ajudar a todos a ter uma vida melhor, sobretudo a população mais carente, os menos favorecidos”.

Primeiro lugar geral no câmpus de Planaltina, Júlia de Souza Vale, 17 anos, vai cursar gestão ambiental depois de ter tentado enveredar na área de psicologia clínica. Natural de Sobradinho, filha de servidor público e professora, ela destaca o apoio dos pais e de toda a família em seu processo de preparação para a universidade.

Arquivo pessoal - Júlia Vale, primeiro lugar no câmpus Planaltina

“Serei eternamente grata a eles. Estou muito feliz, embora ainda confusa, mas acho, sim, que vou me matricular na UnB e me dedicar bastante ao curso”, disse Júlia, que sem´prer estudou na rede privada de ensino e concluiu o ensino médio no Instituto São José, em Sobradinho. “Sou fascinada pela área ambiental e minha meta é fazer alguma diferença atuando nela, buscando mecanismos inovadores para proteger o nosso meio ambiente, que foi bastante degradado nos últimos anos”, disse.

Aprovado em fisioterapia, o goiano Matheus Henrique Pereira, 17, atingiu 60 pontos na prova, ficando em primeiro lugar no Câmpus Ceilândia. Filho único de farmacêuticos, teve toda a sua trajetória escolar em escolas particulares, concluindo o ensino médio no Simbios. Ele conta que se desdobrou nos últimos anos para conquistar uma vaga na UnB e pretende se especializar na atenção a atletas de alta performance. Outro sonho acalentado pelo calouro é atuar no programa Médicos sem Fronteiras.

Arquivo pessoal - Matheus Pereira, primeiro lugar no câmpus Ceilândia

“Quero me empenhar e chegar ao máximo nessa área, que sempre me seduziu. Quero me realizar profissionalmente e também ajudar os mais necessitados”, disse. Mesmo aguardando o resultado do PAS da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade do Estadual Paulista (Unesp), Matheus confessa que sua inclinação recai sobre a principal universidade do Distrito Federal. “Tenho muitos parentes em Brasília, primos muito bacanas e estrutura legal me aguardando”, disse.

Matheus revela, ainda, ter sofrido muita pressão da família para mudar de opção e cursar medicina esportiva, mas preferiu seguir seus instintos e atuar em uma área que sempre sonhou. “Estou radiante, muito feliz mesmo com tantas mudanças a caminho. Vou fazer tudo para me adaptar logo, dar o melhor de mim nessa graduação.”

Segundo lugar geral no câmpus Darcy Ribeiro, Júlia de Oliveira Pinto, 17, foi também aprovada em segundo lugar em medicina. Filha de médicos e natural de Uberaba (MG), ela aguarda o resultado de outras cinco instituições de ensino superior para, depois, definir onde vai estudar. Duplamente feliz, Júlia recebeu recentemente a notícia de que foi aprovada tambe´m em segundo lugar em medicina na Universidade Federal de Uberlândia. “Estou feliz e ansiosa ao mesmo tempo. Claro que a UnB me seduz, por sua história e excelência nos cursos que oferece, mas se eu for aprovada na USP vou é pra lá”, disse.

Arquivo pessoal - Júlia Pinto, segundo lugar geral e em medicina no câmpus Darcy Ribeiro

Também apaixonada por sociologia e filosofia, Júlia conta que mergulhou de cabeça nos estudos para, enfim, cursar medicina, logo no primeiro ano do ensino médio. “Sempre fui muito focada e estudiosa, embora tenha sido necessário, para atingir meu intento, abrir mão de festas e passeios com amigos durante um longo período. Foram anos de dedicação exclusiva, estudando das 7 da manhã até quase meia-noite, mas vejo que valeu a pena”, afirma.