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Brasil deve receber mais 30 a 50 ararinhas-azuis da Alemanha em 2023

Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) espera que os exemplares da espécie ameaçada de extinção cheguem no início de janeiro

O Brasil deve receber mais uma leva de ararinhas-azuis (Cyanopsitta spixii) em 2023. Entre 30 e 50 aves devem chegar ao País, vindas da Alemanha, como parte do projeto de reintrodução da espécie na caatinga brasileira, duas décadas depois de ser considerada extinta na natureza, informa a Agência Brasil.
Segundo Camile Lugarini, coordenadora executiva do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a ideia é que os animais cheguem ao Brasil já no próximo mês.

Idario Cafe/Fundação Toyota - Crédito: Idario Cafe/Fundação Toyota. Trabalho de preservação das araras-azuis do Instituto Arara Azul e patrocinado pela Fundação Toyota do Brasil no Pantanal (MS).

O primeiro grupo de 52 ararinhas-azuis chegou a Curaçá (BA) em 2020, procedentes de um criadouro alemão. Foi nesse município baiano que o governo brasileiro criou unidades de conservação ambiental para garantir a proteção e o habitat desses animais na natureza.

Ali também foi construído um enorme recinto de adaptação para que as ararinhas reaprendam a viver soltas. As primeiras oito aves foram reintroduzidas na natureza em junho deste ano. No último dia 10, foram soltas mais 12. A ideia é soltar 20 aves, por ano, nas próximas duas décadas.

LEONARDO MILANO - Handout picture released on December 26, 2014 of an expert with an 'Ararinha-azul' (Spix's Macau - Cyanopsitta spixii) born in captivity at the Chico Mendes Institute for Biodevirsity Conservation (ICMBio) in Rio de Janeiro, Brazil. AFP PHOTO / ICMBIO - LEONARDO MILANO RESTRICTED TO EDITORIAL USE MANDATORY CREDIT "AFP PHOTO / ICMBIO - LEONARDO MILANO" NO SALES NO MARKETING NO ADVERTISING CAMPAIGNS DISTRIBUTED AS A SERVICE TO CLIENTS INTERNET OUT


Cerca de 30 ararinhas são mantidas no cativeiro, na sede do projeto em Curaçá, como reservas para a reintrodução e como reprodutoras. Três filhotes já nasceram dentro do viveiro baiano e devem ser soltos na natureza, assim como devem ser libertados filhotes nascidos em um criadouro de Minas Gerais, a Fazenda Cachoeira.

No entanto, a principal fonte de animais para reintrodução continua sendo o criadouro alemão ACTP. Para a chegada dessa nova leva vinda da Alemanha, os pesquisadores aguardam a liberação da vigilância agropecuária do Brasil por causa de um surto de gripe aviária que atinge a Europa.

"Caso não seja possível trazer as aves em janeiro, a gente vai verificar se consegue, com os animais que nasceram aqui no Brasil, fazer uma soltura, porque uma coisa importante é o número de aves. Quanto maior o número no grupo, maiores são as chances de sucesso. Não adianta soltar uma ou duas, ou três ou quatro. Além de ter todo um critério, que leva em consideração a genética e a saúde, o número de animais também é fator importante".