Desprendimento

Estudante rejeita herança de R$ 22 bilhões: "Não poderia ser feliz"

Herdeira integra grupo que defende que os super-ricos sejam taxados da mesma forma que os trabalhadores comuns

Eu Estudante
postado em 09/08/2022 20:20 / atualizado em 09/08/2022 21:12
Marlene Engelhorn rejeitou cerca de 90% de uma herança de cerca de R$ 21,9 bilhões por acreditar que, como não trabalhou para tê-la, não seria feliz -  (crédito: Reprodução/You Tube)
Marlene Engelhorn rejeitou cerca de 90% de uma herança de cerca de R$ 21,9 bilhões por acreditar que, como não trabalhou para tê-la, não seria feliz - (crédito: Reprodução/You Tube)

A estudante de literatura austríaca Marlene Engelhorn, 30 anos, rejeitou cerca de 90% de uma herança de 4,2 bilhões de euros (cerca de R$ 21,9 bilhões) por acreditar que, como não trabalhou para tê-la, não seria feliz. A jovem é descendente dos fundadores da Basf, empresa química multinacional com receita de 78 bilhões de euros.

A herança será proveniente da avó, Traudl Engelhorn-Vechiatto, 95, que declarou publicamente o desejo de deixar seu dinheiro para a neta. "Quando o anúncio foi feito, percebi que não poderia ser realmente feliz. Pensei comigo mesma: 'Algo está errado'", afirmou a jovem, em entrevista ao jornal alemão Der Standard.

Questionada sobre o que a avó disse quando ela renunciou a herança, a estudante afirmou que a idosa "lhe deu uma liberdade enorme de fazer o que quisesse".

"Essa não é uma questão de querer, mas uma questão de justiça. Não fiz nada para receber esta herança. Foi pura sorte na loteria do nascimento. Uma coincidência", afirmou ao canal austríaco ORF2.

Marlene, que estuda em Viena, disse, ainda, que não sabe qual será o destino do dinheiro e voltou a falar sobre taxação de grandes riquezas. Na ocasião, ela também criticou atos benevolentes anunciados por super-ricos, chamando-os de "neofeudalismo disfarçado de caridade".

"A sociedade não tem que contar com o fato de que os milionários vão ser benevolentes. Troco ideias com outras pessoas, aprendendo o máximo que eu posso para ver o que funciona e o que não funciona. Para mim, o comprometimento com a justiça de impostos é muito importante, porque isso é que determina como a riqueza vai ser distribuída", ressaltou.

Marlene também faz parte da organização Milionários Pela Humanidade, grupo que defende que os super-ricos sejam taxados da mesma forma que os trabalhadores comuns.

 

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