Estudantes e funcionários público se reuniram na manhã desta terça-feira (29), em frente ao Ministério da Educação (MEC), em Brasília, para pedir apuração rigorosa e urgente sobre as irregularidades cometidas pelo ex-dirigente da pasta, Milton Ribeiro. Além de melhorias e transparência nas funções do ministério, eles reivindicam reajuste salarial e melhores condições de trabalho para os servidores.
A manifestação foi pacífica. De acordo com a Polícia Militar, que acompanhou o protesto, não houve registro de incidentes. A presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), Rozana Barrozo, declarou que a saída de Milton Ribeiro do cargo “não é sinônimo de impunidade aos crimes cometidos, por ele e pelo governo”. “Nossa reivindicação, agora, é por justiça e pelo dinheiro da educação de volta, retornando às escolas, e pela execução de projetos tão necessários ao povo brasileiro hoje. Queremos também que se abra o diálogo, que o ministério nos receba, ouça as urgências dos estudantes, uma vez que todas nossas solicitações foram recusadas”, disse.
A presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Bruna Brelaz", argumenta que não basta apenas realizar a troca de ministros. “Estamos sem projeto da educação por conta do governo Bolsonaro aparelhar a pasta para difusão da sua ideologia conservadora e de desmonte do serviço público, além de usar o órgão como um meio para cobrança de propina e um grave esquema de corrupção que prejudicou milhões de brasileiros”, disse. “Quantos ministros vamos precisar derrubar para que a educação seja respeitada no Brasil?", questiona.
Milton Ribeiro é o quarto ministro da Educação a cair desde o início do governo Bolsonaro. A revelação de que exemplares da Bíblia foram distribuídos em julho de 2021, com fotos do então ministro e dos dois pastores suspeitos de formar um "gabinete paralelo" no Ministério da Educação, tornaram insustentável a permanência do pastor presbiteriano à frente da pasta. A pressão para afastar Milton Ribeiro já estava muito forte no fim de semana. Na segunda-feira (28/3), Ribeiro não resistiu às suspeitas e entregou a carta de demissão.