
Quando o assunto é superdotação, também conhecida como altas habilidades, muita gente ainda associa o termo apenas à ideia de “gênios” ou alunos que tiram nota máxima em todas as disciplinas. No entanto, especialistas reforçam que essa visão é equivocada. A superdotação pode se manifestar de formas diversas: na música, no esporte, nas artes, nas ciências ou em outras áreas específicas, e não necessariamente em todas ao mesmo tempo.
Brasília, capital federal, tem se destacado nesse cenário pouco debatido no Brasil. Segundo a Associação Mensa Brasil, que reúne pessoas com alto quociente de inteligência (QI), o país já ultrapassou a marca de 5 mil indivíduos identificados com superdotação, sendo 305 apenas no Distrito Federal. Esse número coloca a capital na quinta posição do ranking nacional, atrás apenas de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Minas Gerais.
Apesar do avanço no reconhecimento desses talentos, a superdotação ainda enfrenta muitos desafios no Brasil, especialmente no ambiente escolar. Crianças e adolescentes com altas habilidades frequentemente esbarram na falta de preparo das escolas e na dificuldade de adaptação social. Em muitos casos, essas pessoas são rotuladas de “difíceis” ou “desinteressadas” por não se encaixarem no modelo de ensino tradicional.
Um dado curioso é o perfil etário dos superdotados identificados no país. A maioria pertence à geração Millennial (nascidos entre 1981 e 1996), com 1.585 pessoas cadastradas. Logo depois aparecem representantes da Geração Alpha (crianças nascidas a partir de 2013) e da Geração X (1965 a 1980), mostrando que altas habilidades podem ser reconhecidas em qualquer fase da vida, desde os primeiros anos até a velhice.
A avaliação para confirmação da superdotação é feita de forma multidisciplinar, envolvendo psicólogos, psicopedagogos, escolas e a própria família.