Com o tema Inovação, Inclusão e Sustentabilidade, a 4ª Semana Nacional da Educação Profissional e Tecnológica (SNEPT) ocorreu de 26 a 28 de novembro na Arena BRB, localizada no Estádio Mané Garrincha, em Brasília. Promovida pelo Ministério da Educação (MEC) por meio da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec), a programação do evento incluiu uma série de atividades gratuitas e abertas ao público, como mesas de debate, palestras, workshops, mostras tecnológicas e apresentações culturais. Além disso, os visitantes puderam explorar unidades móveis com exposições interativas e participar de atividades práticas relacionadas à temática do evento.
- Leia também: Apenas 10% dos alunos do ensino médio acessam cursos tecnológicos no Brasil
- Leia também: Faz falta a boa divulgação do ensino técnico
- Leia também: Artigo: Educação profissional e tecnológica, muito além da profissionalização
A SNEPT é um ponto de encontro para redes federais, estaduais, privadas e serviços nacionais de aprendizagem, como Senai, Senac e Sest/Senat. Este ano, foram selecionados mais de 400 projetos de 56 instituições de educação profissional e tecnológica de diferentes regiões do país. As iniciativas exploram diversos universos, incluindo robótica, inteligência artificial, educação assistiva e inclusiva, além de tecnologias emergentes, como drones, realidade virtual e simulações 3D.
App de acessibilidade
- Leia também: Pessoas com deficiência sofrem com falta de acessibilidade no ambiente digital
- Leia também: Menos de 14% dos aplicativos contam com recursos de acessibilidade
Competição de culinária
Felype Nunes Wanzeller, 32, do curso técnico em gastronomia, também elogiou a oportunidade: “Foi uma experiência engrandecedora, com contato direto com a alta performance gastronômica. Aprendi a lidar com a pressão e a criar pratos únicos, aprimorando minha visão sobre a profissão”, compartilha o estudante. “As indústrias precisam ser inovadoras para se manterem competitivas, e isso foi essencial para os alunos. Esse é apenas o começo de um projeto que queremos repetir várias vezes”, conclui Adriana.
Reciclagem de cigarros
Em parceria com a Receita Federal, estudantes do Instituto Federal de Tocantins (IFTO) desenvolveram soluções sustentáveis para o reaproveitamento de cigarros ilegais apreendidos. Os projetos Tabaco Verde e Cortina de Fumaça oferecem novas formasde tratar resíduos tóxicos: o primeiro transforma cigarros ilegais em adubo orgânico, enquanto o segundo reutiliza cigarros eletrônicos, conhecidos como vapes, na criação de mini máquinas de fumaça para cenários de teatro, por exemplo, para uso individual em cena ou em peças de fantoches.
- Leia também: Brasil perde quase meio trilhão para o mercado ilegal
- Leia também: Carga de R$ 4 milhões em cigarros é apreendida em depósito clandestino
- Leia também: PF e PM fazem a maior apreensão de cigarros contrabandeados da história
“Estamos conduzindo análises laboratoriais para determinarcom precisão a qualidade e os nutrientes do composto. Nossa recomendação inicial é que elenão seja utilizado na produção de alimentos para humanos e animais, mas, sim, em projetos de recuperação ambiental”, explica Stefan Oliveira, diretor de inovação e empreendedorismo do IFTO, sobre o Tabaco Verde. Jáem relação ao Cortina de Fumaça, “a ideia é que esses equipamentos possam atender a uma demanda crescente do setor artístico, ao mesmo tempo em que garantimos uma destinação sustentável para os cigarros eletrônicos, que iriam para lixões.Além disso, temos expectativa de disponibilizar gratuitamente para escolas de todo o Brasil, beneficiando, especialmente, as aulas de arte”, destaca o diretor..
- Leia também: Projeto do cigarro eletrônico deve ser votado hoje em comissão no Senado
- Leia também: Vape causa mais intoxicação do que cigarro convencional, diz pesquisa
Para Diogo Henrique da Silva, 20 anos, aluno de engenharia agronômica no câmpus de Dianópolis, participar do projeto tem um impacto surpreendente. “É inovador, uma solução para um problema tão grande como o descarte de produtos químicos. Participar desse evento foi importante para minha formação profissional e pessoal, especialmente porque conecta teoria e prática. Aprendemos sobre fertilidade do solo e composição na sala de aula e aplicamos isso diretamente no projeto”, relata.
- Leia também: Crime organizado já vê o cigarro eletrônico como fonte alternativa de renda
- Leia também: Entenda o motivo de a Anvisa manter a proibição do cigarro eletrônico