O concurso público unificado do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) registrou um total de 637 mil inscrições, destacando-se como um dos processos seletivos mais aguardados do ano. Organizado pelo órgão, foram ofertadas 412 vagas imediatas, além da formação de cadastro de reserva. Entre os cargos mais procurados, o de técnico judiciário lidera, com 344.004 inscritos, enquanto 293.651 candidatos optaram pelo cargo de analista judiciário em diversas áreas.
A aplicação das provas objetivas ocorre em 8 de dezembro. Para candidatos aos cargos de analista judiciário, a avaliação terá duração de 4h30; os portões abrem às 7h e fecham às 8h, com início previsto para 8h30. Já aos cargos de técnico judiciário, a duração será de 3h30; os portões abrem às 14h e fecham às 15h; e o início está previsto para 15h30. A consulta aos locais de prova será liberada na próxima sexta-feira (29/11) pelo site https://bit.ly/3ZuGDUZ (confira o cronograma abaixo).
Edital unificado
Banca definida
A banca organizadora escolhida foi o Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe). De acordo com Eduardo Cambuy, trata-se de uma instituição que, em regra, “inibe o chute”, uma vez que o método de correção penaliza respostas erradas anulando questões corretas. “Muitas vezes, quando se tem mais segurança, você acerta uma questão, marca e ganha ponto. E quando se tem insegurança, não sabe, você quer chutar, mas está sendo penalizado exatamente por querer arriscar sem ter conhecimento do assunto. Ao mesmo tempo, também não podemos deixar tudo em branco, porque precisa-se ter um quantitativo (de acertos), no mínimo, entre 70% e 80% líquido, considerando os resultados dos últimos concursos”, afirma o especialista.
À frente do perfil Estuda que a Vida Muda (EQVM) no Instagram (@_estudaqueavidamuda_), a mentora para concursos públicos Raquel Assunção ressalta que, apesar de ser um conteúdo mais amplo, comum a todos os tribunais, a ausência de redação para técnicos judiciários torna a avaliação dos candidatos mais criteriosa na prova objetiva. “Sem a redação, é preciso criar outros mecanismos para selecionar os melhores candidatos. A tendência é que a prova de técnico venha com um nível mais elevado de dificuldade, justamente para compensar a ausência da redação e atender à alta demanda de candidatos”, esclarece Raquel.
Conhecimentos
A orientação de Cambuy sobre os conhecimentos básicos e específicos varia de acordo com a área escolhida. “A gente tem conhecimentos diferenciados de forma geral com a parte de português e a parte de legislações, direito constitucional e administrativo. Para a área administrativa, por exemplo, você vai ter a crescente de materiais relacionados ao setor, como administração geral pública, organização de pessoas, orçamento. Para área jurídica, você vai entrar com direito, direito civil, processual e penal”, exemplifica.
“Outras áreas também vão aparecer, mais tecnológicas. Então, a depender do cargo escolhido, você terá uma mudança de conhecimento básico e específico, não é o mesmo para todos. Mas um fato curioso é que, no conhecimento básico, para analista judiciário (AJJ), serão 50 questões de português e 70 questões de direito”, destaca o professor.
Língua portuguesa
Em relação à língua portuguesa, Eduardo Cambuy destaca cinco assuntos que, recorrentemente, são cobrados pela banca. “Até digo que, principalmente o Cebraspe, começou a ressaltar mais esses assuntos e deixar outros de lado. Você tem tanto a parte de crase quanto de pontuação, concordância verbal e nominal, regência, em que a gente vai analisar o emprego da preposição de acordo com o verbo. E, no caso dessa banca, a escrita de palavras. Esses são os assuntoschave para o aluno se dedicar ao português neste certame”, diz.
“Outros conteúdos dentro de português, como ortografia, acentuação gráfica, classe gramatical, fonética, assim como qualquer outro assunto, são tangenciais. Entre várias questões, pode ter uma ou outra. Se a gente pensar no AJJ (analista judiciário), que são 50 questões só para português; com certeza, teremos alguns de conteúdos que normalmente não caem. Mas temos que distribuir em 50 questões, então há espaço para perguntar até coisas que não são comuns. É preciso ficar atento”, recomenda.
Reta final
Na reta final de preparação para o concurso do TSE, especialistas destacam a importância de manter o foco e controlar a ansiedade. “A principal dica é não perder o foco. Evite pensar em outros concursos, como o do Ministério Público ou de outros tribunais, e mantenha-se firme. Nunca vamos ser tão seguros quanto gostaríamos, e isso faz parte do processo. Quanto mais você estuda, mais percebe a extensão do conteúdo e sente que ainda há muito a aprender”, explica.
Cambuy também orienta os candidatos a priorizarem as revisões na última semana. “Direito eleitoral, por exemplo, pode ter sido deixado para o fim, e isso é funcional, já que muitos focam nas questões básicas antes. Agora é o momento de consolidar esse conteúdo. Além disso, o essencial nessa reta final é revisar, revisar e revisar, de preferência, sem acrescentar novos tópicos. Use textos e simulados para corrigir o que já está pronto.”
No mesmo sentido, Raquel Assunção sugereRaquel Assunção sugere desacelerar: "Diminuir o ritmo é fundamental. Acredite no que foi treinado, releia seus materiais e reduza o número de questões resolvidas. Se possível, assista apenas aos aulões de cursos para verificar pontos específicos a serem melhorados. A leitura sobre a Lei Seca também é uma boa estratégia, já que o Cebraspe tem cobrado esse tipo de conhecimento de forma massiva nos últimos concursos", recomenda. "Exercícios físicos e momentos de relaxamento podem ajudar a controlar a ansiedade. É essencial chegar à prova confiante", conclui a mentora.
Candidatos
Formado em direito, Luís Arnaldo Rangel, 24 anos, começou a estudar para o concurso do TSE desde o início do ano, quando começaram os rumores da publicação de um possível edital. Além da remuneração atrativa e da estabilidade, o candidato revelou que as vivências na área jurídica despertaram nele a vontade de seguir na carreira.
“Escolhi fazer o cargo de analista judiciário do TSE. A motivação de trabalhar no serviço público surgiu de um estágio que fiz no 9º semestre da faculdade no núcleo de conciliação do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT). Também tenho exemplos na família de aprovados em concursos, mas somente depois de realmente trabalhar, de ver como funciona o dia a dia de um tribunal, decidi que é o que quero para mim”, conta.
Com uma rotina de estudos de, em média, 10 horas por dia, Luís está com a atenção voltada para a revisão, como recomendam os especialistas. “Estou focando mais em resolução de exercícios como uma revisão de todo o conteúdo, também faço resumos e mapas mentais, mas acredito que somente o contato direto com as questões da banca podem me preparar para o nível real da prova. O maior objetivo de vida que tenho no momento é uma aprovação, de realmente trabalhar e ter minha independência, viver a vida”, compartilha.
Carolina Ramos, 28, estuda para o certame desde março e também separou o período próximo à prova para "revisão e fechamento do edital". Inscrita para os cargos de analista, na área judiciária, e técnico judiciário, "escolhi a carreira jurídica por afinidade, sempre quis passar em concurso pela estabilidade e conforto, mas, principalmente, pela falta de oportunidades em outras áreas jurídicas para quem tem pouca experiência ou poucos contatos", diz.
Advogada, estuda por conta própria por cerca de 6 horas diárias, e fez alguns cursinhos para impulsionar a preparação. Segundo ela, as expectativas para a prova são altas. "Estou bem ansiosa, mas espero um bom resultado, tenho me empenhado muito para isso", afirma a concurseira.
“Sou capixaba, do Espírito Santo, vim para Brasília acompanhar meus pais, me apaixonei e me esforço para permanecer aqui. Passar no concurso mudaria minha vida e da minha família, me daria a estabilidade e oportunidade de trabalhar com o direito eleitoral, um campo do direito que tenho muito apreço”, afirma. “Pretendo contribuir muito para essa área jurídica essencial para um Brasil mais justo e melhor”, completa a candidata.
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