Dezembro é, geralmente, o mês em que ocorrem mais festividades, para celebrar o Natal e o ano-novo. Consequentemente, é o momento no qual a maioria das empresas e instituições realizam as “festas da firma”, convidando dirigentes e funcionários para celebrar. Esses eventos podem ser de várias naturezas, desde lanches da tarde até grandes festas, com música e DJs
Socialização
Para Jhonny Martins, vice-presidente do Serac, hub de soluções corporativas nas áreas contábil, jurídica, educacional e de tecnologia, as festas de fim de ano representam uma forma de a empresa agradecer e reconhecer as pessoas, mostrando que elas fazem parte de algo maior. “Quando todos saem do ambiente formal e se divertem juntos, o vínculo entre as equipes fica mais forte. No fim das contas, é isso que sustenta um ambiente de trabalho saudável e motivador”, diz o especialista.
Respeito
Ao mesmo tempo, o aspecto basilar para o funcionamento das confraternizações, segundo Jhonny Martins, é o respeito. “O ideal é saber aproveitar o momento com leveza e responsabilidade, além de participar, interagir com os colegas, mas sem exagerar, mantendo aquele limite saudável”, diz.
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Celso Bazolla recomenda, especialmente, a discrição e evitar tratar sobre assuntos de trabalho, uma vez que é um ambiente de descontração. “É importante que todas as questões trabalhistas estejam fora daquele ambiente, porque é uma chance de conhecer mais o jeito das pessoas e firmar laços. Por outro lado, o abuso de uma aproximação de liderança e flertes com colegas de trabalho ferem qualquer princípio do respeito”, alerta.
Médico e consultor da Moema Medicina do Trabalho, Vicente Beraldi Freitas destaca a importância de ter sempre em mente que haverá um “amanhã” após a festa, mas, caso algum erro aconteça, é necessário manter a calma e ter clareza para tentar reverter uma possível impressão negativa (confira, no quadro, 10 dicas de Vicente Beraldi para preservar a imagem).
“É fundamental ter cuidado com o que se fala. Comentários inadequados ou mal colocados podem gerar mal-entendidos ou até mesmo prejudicar a imagem de colegas ou da própria empresa. Evite discutir assuntos estratégicos ou sensíveis que possam ser usados contra você ou outro colaborador. Lembre-se de que palavras mal colocadas podem ser facilmente distorcidas, causando problemas no ambiente profissional, até mesmo após o término da festa”, pontua.
Saúde mental
A pressão por completar metas de trabalho até o fim do ano e a passagem do tempo são fatores que podem deixar as pessoas mais cansadas. Nesse contexto, Vicente Beraldi acredita que conhecer e interagir com os colegas da empresa podem ajudar na saúde mental, contribuindo para aproveitar as festas de forma leve.
“Existem festas em que as pessoas estão com a energia acumulada, com sensação de dever cumprido, mas de cansaço também. Então, a forma com que elas se relacionam entre si pode ser determinante para conhecer e até mudar a impressão sobre as outras”, diz. “É um aspecto positivo, porque conversarmos de maneira menos formal, sem ser no trabalho, e saber um pouco da vida das pessoas. Nós nos inteiramos melhor sobre elas e trocamos ideias também”, completa Beraldi.
Integração
A empresa de turismo Bali Park faz confraternizações todo fim de ano, levando os profissionais do escritório de Brasília para a sede da empresa, o parque, que fica em Luziânia (GO). O objetivo é integrar os profissionais de locais diferentes, de forma que eles possam se conhecer pessoalmente. “As pessoas vão começar a interagir entre si e se conhecer mais. Além disso, trabalhamos a valorização dos colaboradores que trabalharam o ano todo, distribuímos brindes e temos uma premiação. O mais importante é que eles entendam que aquele momento foi preparado para eles”, conta Pauliana Castro, gerente de RH da empresa.
Thiago Barreto, CEO da empresa, acredita que esse evento pode tirar o funcionário do ambiente convencional, deixando-o mais leve e sem a pressão da rotina. “Cada um acaba tendo um momento de distração, alegria e leveza, que são importantes para fechar o ano. Porque, geralmente, chegamos com cansaço e aquela pressão de tudo que Empresa do ramo de turismo, Bali Park faz festas todo fim de ano, levando o time do escritório de Brasília para a sede, em Luziânia (GO) Kayo Magalhães/CB/D.A Press entregamos e fizemos tanto na vida pessoal quanto na profissional, mas, ao mesmo tempo, começamos a relaxar”, descreve.
Prova disso é a assistente administrativa Graziele Silvia Castro, 22 anos, que está com altas expectativas para conhecer e interagir com mais colegas. “É sempre bom termos esse contato, e espero que seja um dia que realmente todo mundo esteja junto para nos conhecermos melhor na sede da empresa”, compartilha.
A guia de turismo Raney Monteiro, 39 anos, acrescenta que, além do respeito e da socialização, é um momento importante para cativar o espírito de equipe, promover equilíbro e maior integração. “Esses comportamentos mostram maturidade emocional e ajudam a construir um ambiente de trabalho positivo e colaborativo”, defende.
Cultura organizacional
O Sabin, especializado em medicina diagnóstica, sempre contou com confraternizações entre gestores e funcionários com objetivo de comemorar os feitos e fortalecer a cultura da empresa. “As festas corporativas fortalecem o clima organizacional, promovendo a interação entre colaboradores em um ambiente informal, o que fortalece o relacionamento entre colegas e equipes”, diz Marly Vidal, diretora administrativa e de pessoas do grupo.
Para isso, a empresa realiza uma festa com todos os profissionais, em que aqueles que se destacaram naquele ano são reconhecidos pelo trabalho desenvolvido. “Isso traz o sentido de pertencimento, porque celebramos os reconhecimentos que tivemos, que é resultado de todo o engajamento dos colaboradores, o que promove uma cultura de conquista e orgulho sobre esses resultados”, pontua Marly.
Neste ano, não é diferente. Completando 40 anos de existência, o Sabin ainda fará uma festa, mas com o diferencial de incluir uma retrospectiva com a história da empresa. “Sempre foi uma cultura da empresa, o que mudou foram os critérios, acrescentando outros, mas a essência é a mesma”, justifica.
*Estagiária sob supervisão de Marina Rodrigues
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