A Casa Comum (CC) foi inaugurada ao público nesta sexta-feira (1º/11) na CLN 205, Asa Norte. A programação contou, ainda, com happy hour e atividade cultural. A missão da casa é contribuir para o fortalecimento da democracia por meio de um espaço seguro a ser ocupado por pessoas atuantes na sociedade civil, nos movimentos sociais, nos coletivos ativistas e do poder público.
"Esse é um espaço de articulação que tem como especificidade auxiliar o campo democrático a realizar ações de incidência. A gente entende aquilo que é agir na direção do poder da política, dos espaços institucionais, onde é muito importante que as diferentes vozes da sociedade se façam ouvir e representar. A gente está construindo uma comunidade de impacto social na política institucional", defende Rodrigo Savazoni, diretor do Instituto Procomum (IP) e um dos idealizadores do projeto.
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"Vamos transmitir ao vivo essa atividade para que todo mundo que queira possa acompanhar e saber o que nós estamos aprontando com essa nova iniciativa. A casa não é uma iniciativa com fins comerciais, ela tem um modelo de sustentabilidade", explica. Nessa proposta, o IP se juntou a outras duas organizações, o Advocacy Hub e a Rede Afrolatinas, com apoio da Open Society Foundations (OSF).
Entre as fundadoras da Casa Comum, está Jaqueline Fernandes, gestora cultural e diretora do Latinidades, o maior festival de mulheres negras da América Latina. Segundo ela, infelizmente, o acesso ao Advocacy reflete a mesma lógica excludente que estrutura a sociedade e a política institucional no Brasil. "Uma das principais motivações da Casa Comum é atuar em rede, ampliar oportunidades de incidência política para grupos historicamente excluídos e, assim, trazer inovação para as políticas públicas e para os processos democráticos. Queremos ser um lugar para sociedade civil de todo o Brasil em Brasília, e que isso inclua o Distrito Federal e suas 35 regiões administrativas", reforça.
Para Jaqueline, também diretora-geral do Instituto Afrolatinas, nunca foi tão importante lutar por uma efetiva democracia no país, e isso deve ser papel de todos nós. “Com uma clara restauração conservadora na política institucional e com o crescimento do autoritarismo e de agentes anti-democráticos, nunca foi tão importante lutar por uma efetiva democracia no país, e isso deve ser papel de todos nós. Então, fortalecer as organizações da sociedade civil para cumprir essa missão é meu objetivo”, diz.
Segundo a gerente de Programas para Aberturas Democráticas na América Latina da Open Society Foundations, Sylvia Siqueira, a Casa Comum se faz necessária, sobretudo, por conta do momento histórico que vivemos, de esgotamento profundo, em que se torna necessário trazer outros conceitos, outras práticas para retomar o caminho democrático no Brasil.
Ela acredita que as mulheres negras, o movimento feminista, os movimentos de periferia, os povos indígenas e as juventudes precisam fazer parte das decisões não apenas sendo consultados, mas fazendo políticas e ocupando espaços de poder.
Para participar da Casa Comum, a pessoa interessada deve escrever para contato@casacomum.cc solicitando sua filiação. O modelo é semelhante ao de um clube, onde os usuários também podem escolher o plano de serviços que melhor se adequa às suas necessidades. A Casa está equipada com postos de trabalho, salas de reunião e de eventos, copa e café, além de oferecer infraestrutura para quem quer trabalhar ocupando espaços ao ar livre que estão disponíveis no conjunto arquitetônico.
*Estagiária sob supervisão de Marina Rodrigues
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