A carreira acadêmica é um sonho para muitos alunos universitários. Após a graduação, os primeiros passos são iniciar o mestrado e, em seguida, o doutorado. Lucas Couto, 25 anos, egresso de ciência política da Universidade de Brasília (UnB) optou por esse caminho e agora, após seu mestrado, também feito na UnB, o estudante foi aprovado para o doutorado da Universidade de Aarhus, da Dinamarca, por um período de 4 anos, com bolsa integral. "Foi realmente muito bom acordar e ver o aceite da universidade na caixa de e-mail! Minhas expectativas são muito altas, vai mudar tudo. A cultura é muito diferente e estou animado para conhecer um novo ambiente de pesquisa", compartilha.
A Universidade de Aarhus foi fundada em 1928 e tornou-se a principal universidade pública de investigação com âmbito internacional da Dinamarca, abrangendo todas as áreas de pesquisa. Com mais da metade de seus 38 mil estudantes matriculados em programas de mestrado e doutorado, a universidade destaca-se pelo nível superior de ensino. Atualmente, mais de 10% dos estudantes são internacionais, representando mais de 120 nacionalidades. A instituição também é consistentemente classificada entre as melhores universidades do mundo, ocupando, em 2023, a 78ª posição no ranking de Xangai e a 143ª no Ranking Mundial de Universidades QS.
O projeto de pesquisa de Lucas foca no comportamento político, comparando e analisando como os eleitores reagem a governos de coalizão. "Eu apliquei para a Aarhus porque o departamento é muito forte em assuntos de opinião pública e concentra muitos pesquisadores na área, o que é crucial para o meu projeto de pesquisa. Fora isso, as condições de trabalho são excepcionais. Por exemplo, eu não vou receber uma bolsa de pesquisa lá; na verdade, serei um funcionário público. E isso é importante porque eu não correrei o risco de ter atrasos ou até mesmo o corte do meu salário. Além da questão financeira, a universidade fornece diversos incentivos para a pesquisa, como cobertura de gastos em eventos acadêmicos e disponibilização de fundos para a realização de pesquisas", expõe.
Trajetória
No ensino médio, a primeira opção de Lucas era fazer história, porém acabou optando por ciência política por causa do mercado de trabalho mais amplo. Logo no início do curso, no entanto, ele percebeu que sua paixão era a carreira acadêmica. "Durante a graduação, participei da empresa júnior de ciência política, que tem mais atuação no mercado privado. Percebi que realmente não gostava muito da área privada. Isso coincidiu com o período em que comecei a explorar como seria a carreira acadêmica. Acabei gostando e decidi seguir por esse caminho", conta.
O estudante entrou na UnB em 2016 e, no segundo ano de curso, sua trajetória no meio acadêmico foi impulsionada ao se tornar monitor do professor Adrián Albala, na matéria de políticas públicas. "Ele ficou dois anos como meu monitor porque gostou da monitoria e das aulas. Após esses dois anos, no terceiro ano de graduação dele, eu sugeri que ele fizesse o Pibic, que é um projeto de iniciação científica remunerado. Ele se saiu muito bem, com ótimos resultados. Em resumo, desenvolvemos uma relação de confiança bastante estreita, trabalhando juntos e produzindo coisas em comum", explica Albala.
A partir daí, Adrián se tornou orientador do trabalho de conclusão de curso de Lucas. "Foi fantástico, o melhor TCC que já li desde que cheguei ao Brasil. Foi publicado em uma das melhores revistas brasileiras de ciência política", diz. Depois de formado, Lucas foi aprovado no mestrado tendo Adrián como orientador. "São seis anos que o conheço. Desde o início da graduação até o mestrado acompanhando toda a sua evolução. Para mim, não foi surpresa ele ser aceito na Dinamarca, um lugar de excelência. Ele teria lugar em qualquer universidade no mundo, porque realmente se destaca", afirma o orientador, orgulhoso.
*Estagiária sob a supervisão de Ana Sá