Laissa Silva, 28 anos, começou a empreender durante a pandemia, vendendo bolos caseiros e brigadeiros. Em pouco tempo expandiu para outros doces, para complementar a renda. Na época, ela trabalhava como auxiliar em um hospital oftalmológico.
Em 2022, veio a surpresa da gravidez: "Foi muito choro, medo e insegurança, no primeiro momento. Trabalhei toda a minha gestação nas duas áreas. Entreguei meu último pedido dia 26 e meu bebê nasceu dia 28", recorda. Hoje, Leo tem 1 ano e dois meses e acompanha de perto a produção da mãe na cozinha de casa.
Segundo ela, durante a gestão foi o período mais tranquilo para manter a vida profissional. "A loucura começou após o nascimento. Tempo era uma palavra crucial, as noites mal dormidas, o cansaço extremo e a vontade de desempenhar minha profissão me consumiam. O sentimento era de estar desaparecendo no meio de tudo isso. Esse ainda é um dos meus maiores desafios."
Vocação
Laissa se encontrou na confeitaria e se sente realizada com a profissão, mas sua prioridade ainda é o filho. "Adoçar a vida das pessoas nos momentos felizes de suas vidas me faz muito bem, cada feedback que recebo é um transbordar de alegria. Meu trabalho é minha fonte de renda, é onde me sinto útil para outras pessoas, é um lugar de entrega. Mas diversas vezes já deixei de lado meu trabalho para ser apenas mãe. Meu filho é minha prioridade", compartilha.
Atualmente, ela busca uma rotina mais leve e produtiva. "Trabalhar em casa com bebê de um ano não é nada fácil, são muitos 'mamama' durante o dia. Durante a gravidez tive uma rede de apoio maravilhosa da minha mãe, mas hoje somos só eu e meu esposo."
Autocuidado
A empreendedora diz que sua autoestima mudou após a gestação, mas que aos poucos está conseguindo se priorizar. "Eu percebi essa mudança em mim. Agora, fazer exercícios é uma parte importante do meu dia. Faço questão de me cuidar, mesmo que seja tarde da noite. É um compromisso que fiz comigo mesma e me sinto muito bem por isso", orgulha-se.
Mudanças
Na visão da confeiteira, a sociedade está gradualmente reconhecendo e valorizando as mães empreendedoras, mas ainda há desafios. "Eu me fortaleço lembrando que minha capacidade de empreender não é limitada pelo fato de ser mãe; pelo contrário, isso me torna mais resiliente e determinada." O conselho que dá a outras mães na mesma situação é: "Nunca desista! Terá dias difíceis, mas não desista", frisa.