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Ciee

Câmara dos Deputados celebra os 60 anos do Ciee

Em homenagem, parlamentares ressaltam a importância da instituição para o ingresso do jovens no mercado de trabalho

Por Lara Costa — Correio Braziliense

O Centro de Integração Empresa-Escola (Ciee) recebeu uma homenagem, nesta terça-feira (12/3), no plenário da Câmara dos Deputados, em comemoração aos 60 anos de atuação. A sessão solene foi presidida por José Augusto Minarelli, presidente do Conselho de Administração do Ciee, e contou também com a presença de Humberto Casagrande, superintendente-geral, que falou em nome da organização.

O evento também contou com a participação de autoridades políticas como a vice-governadora do DF, Celina Leão (PP); os deputados federais Julio Cesar Ribeiro (Republicanos — DF), Flávia Morais (PDT — *Lara Costa GO), Darci de Matos (PSD — SC) Érika Kokay (PT — DF) e  Rogéria Santos (Republicanos — BA); o deputado distrital Martins Machado (Republicanos); o secretário de Família e Juventude do DF, Rodrigo Delmasso, e a procuradora do Trabalho do Ministério Público do Trabalho, Geny Helena Fernandes Barroso Marques. 

Na comemoração, José Augusto celebrou o crescimento do Ciee dentro do mercado de trabalho brasileiro nas últimas seis décadas. “O Ciee está em todo o Brasil, por isso fiquei muito feliz pela oportunidade de vir aqui para dar conta do que nós fizemos para todo o país. Nós somos um grupo de voluntários, de pessoas idealistas, grande parte deles eram empresários que percebiam a grande dificuldade do egresso das escolas de nível superior de ingressar no mercado de trabalho sem experiência”.

Minarelli também pediu apoio político para facilitar o ingresso dos jovens no mercado de trabalho. “Nós oferecemos mais de 300 mil oportunidades este ano, mas temos três milhões de pessoas na fila. Por isso,  precisamos de muito apoio, seja parlamentar, empresarial, profissional, em geral para abrir oportunidades.”

Além disso, a deputada Érika Kokay (PT-DF) destacou a importância do Ciee estabelecer uma ponte entre o mundo da educação e do trabalho com jovens. "Venho aqui parabenizar o Ciee por toda a trajetória que tem desenvolvido, e fundamentalmente cada jovem que está modificando à vida".

O distrital Martins Machado (Republicamos-DF) comemora o trabalho do Ciee, assinalando a importância para a transição dos jovens no trabalho. "São 60 anos de realizações, lidando com jovens, com a esperança e expectativas, enfim, dou meus parabéns  a essa instituição, porque é uma fábrica também de fazer o bem."

Érika Kokay também destacou  a necessidade do Congresso aprovar a Lei de Aprendizagem, para garantir a capacitação do jovem aprendiz e o ingresso no mercado de trabalho. Todos os participantes da sessão também ressaltaram pontos de atenção na educação brasileira, como a alta evasão escolar dos jovens. A partir disso, Humberto Casagrande disse que o Projeto de Lei Nº 6461/2019, que institui o Estatuto do Aprendiz, pretende dobrar o número de estagiários no país, além de ser um “novo arcabouço para os aprendizes” e ainda tornar o processo seletivo mais leve, mais seguro e com menos burocracia. A vice-governadora do DF, Celina Leão, relembrou a trajetória profissional, que começou no CIEE, como incentivo aos jovens presentes na sessão

Oportunidade

Atualmente, Bruna da Silva Teixeira, 20 anos, é uma das jovens aprendizes do Ciee e falou sobre sua experiência. Quanto a escolha, ela descreve que “as minhas expectativas eram aprender novas habilidades e desenvolver minha carreira assim como crescer pessoalmente. Posso dizer com convicção que as minhas expectativas não foram apenas atendidas como também superadas, porque aprendi a desenvolver habilidades sociais, aprender sobre responsabilidade e trabalho em equipe, ter uma comunicação eficaz e, acima de tudo: ser resiliente”. Para os jovens aprendizes, Bruna dá o seguinte conselho: “mergulhem nos estudos e no trabalho com a certeza de que cada esforço compõe uma grande grade no  currículo e na carreira; mantenha a sua mente aberta para aprender; sejam proativos na busca por conhecimento e novas oportunidades, se dediquem as tarefas com entusiasmo e sempre busquem crescer tanto pessoalmente quanto profissionalmente.”.

Legislação

No período de 60 anos do Ciee, as condições trabalhistas para os jovens no país passaram por diversas mudanças, principalmente a partir da Lei do Aprendiz, de 2000, que estipulou que empresas de médio e grande porte devem contratar jovens com idade entre 14 e 24 anos como aprendizes. A legislação fez o número de pessoas em cargo de jovem aprendiz subir de 50 mil para 500 mil. 

No entanto, ainda há uma série de pontos de atenção, como a alta na evasão escolar. Uma pesquisa realizada pela Fundação Roberto Marinho e o Itaú Educação e Trabalho, em colaboração técnica com o Instituto Datafolha, revelou que 9 milhões de jovens brasileiros estão fora da escola.

Em entrevista ao Correio, o superintendente-geral do Ciee destacou a necessidade de medidas que auxiliem os jovens a continuar nas escolas, como o PL 6461/2019, como forma de equilibrio entre a permanência deles no trabalho e na escola. 

*Estagiária sob a supervisão de Priscila Crispi