Os sinais são cada vez mais evidentes: aumento na expectativa de vida da população, queda da taxa de natalidade e reformas previdenciárias que se preparam para um cenário de futuro próximo no qual teremos mais pessoas em fase de aposentadoria do que na chamada PEA (População Economicamente Ativa).
Se antes os sexagenários eram considerados pessoas na fase final da vida, atualmente, quem está nesta faixa etária ainda tem, em média, pelo menos mais 15 anos de vida pela frente (e essa expectativa só aumenta). De acordo com dados do IBGE, em 2022, a expectativa de vida dos homens no Brasil era de 72 anos, e das mulheres, de 79 anos.
Neste cenário, caminhamos para um adiamanto da aposentadoria, principalmente considerando a diminuição da população jovem no Brasil. Ainda de acordo com o IBGE, em 2030, o número de pessoas com 60 anos ou mais no Brasil já será superior ao de crianças e adolescentes de até 14 anos.
A força de trabalho brasileira está envelhecendo rapidamente e passará mais tempo no mercado de trabalho. Mas, como se preparar para esse contexto?
Para quem é um jovem profissional, no início de sua trajetória, é importante se planejar financeiramente para ter mais flexibilidade de escolhas profissionais ao longo de sua carreira, que será prolongada em alguns anos. Quanto antes começar a investir em títulos públicos seguros, como Tesouro Direto IPCA que protege da inflação, maiores as chances de atingir uma independência financeira sem depender do INSS (aposentadoria pública).
O tempo é uma variável que joga a favor dos investidores. Reservar pelo menos 10% de todos os ganhos para aplicações financeiras desde o primeiro emprego, em aplicações seguras e que rendam juros compostos, diminuirá os riscos e impactos de uma permanência estendida no mercado de trabalho. Por outro lado, quem não se planejar antecipadamente terá pouco poder de escolha a respeito de quando parar de trabalhar ou de quais formatos de emprego são mais desejáveis.
Além do planejamento financeiro, é crucial que os profissionais se mantenham atualizados e façam uso da tecnologia, uma aliada no ganho de produtividade no trabalho. As mudanças são cada vez mais rápidas e impactantes (em termos de escala), e os profissionais que passarem décadas no mercado de trabalho, daqui para frente irão vivenciar algumas alterações na forma de trabalho, diferentemente das gerações passadas, que possuíam estabilidade e previsibilidade de suas funções.
Para os colabores mais experientes, que já estão em uma fase mais avançada de sua carreira, é importante também se reinventar e buscar alternativas de manutenção do seu engajamento e relevância no trabalho. Explorar novos temas, testar funções que nunca ocupou antes, explorar a rede de contatos construída ao longo de sua carreira e tomar alguns riscos para amadurecer o autoconhecimento são boas práticas que darão mais fôlego para continuar a trajetória profissional após os 60 anos. Nesses experimentos, é importante se testar em diferentes iniciativas, descobrindo novas possibilidades de atuação profissional, mesmo que em um primeiro momento sejam atividades paralelas e voluntárias.
A palavra de ordem para se manter longevo, engajado e relevante no mercado de trabalho é a reinvenção e o aprendizado constante, não só sobre o mundo mas também sobre si mesmo.