Apesar de serem minoria, as mulheres negras em cargos executivos são mais engajadas no trabalho. Segundo o Índice de Engajamento de Funcionários no Brasil, 84% das executivas negras estão engajadas nas empresas em que atuam. A taxa supera o índice geral de engajamento dos executivos registrados, que foi 60%. Entre os demais colaboradores a taxa é de 40%.
No entanto, apesar de serem mais engajadas, o levantamento também mostra que essas profissionais estão insatisfeitas com a remuneração que recebem. Na faixa de remuneração de R$ 3 a 7 mil, as executivas negras correspondem a 42%, enquanto nos salários de até R$ 22 mil elas são 35%. Os homens brancos são os que ganham mais em cargos executivos. Na faixa salarial acima de R$ 22 mil, eles correspondem a 42%.
- Colaboradores negros ainda são minoria em cargos executivos
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A metodologia da pesquisa avaliou 6 dimensões: ambiente de trabalho positivo, trabalho com significado, confiança na liderança, boas práticas de gestão, oportunidade de crescimento e remuneração. A pesquisa foi feita pela plataforma Flash, em parceria com a Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV-EAESP) e o Grupo Talenses.
Executivos estão duas vezes mais engajados
A pesquisa também mostra que os executivos estão muito mais engajados (61%) do que o restante dos colaboradores (33%). "Esse cenário distorce a visão dos líderes. Se o gestor não compreende a cultura do engajamento, ele tem dificuldade de engajar pessoas. Por isso, é fundamental que as empresas olhem atentamente para essa diferença", explica Paul Ferreira, professor da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas.
Além disso, o nível de trabalhadores engajados varia de região para região: Norte e Nordeste possuem hoje o maior volume de funcionários engajados (58% cada); Sudeste o pior, com apenas 30% das pessoas engajadas.
"O mercado de trabalho no Norte e Nordeste é conhecido por ser menos dinâmico em relação ao Sul e Sudeste. Isso significa que os profissionais têm oportunidades mais escassas, além de um índice de pobreza maior. É natural que, diante do menor poder de escolha, eles se engajem mais na empresa", cita
Janaína Feijó, pesquisadora da área de Economia Aplicada do FGV-IBRE.
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