A Universidade de Brasília (UnB) obteve, neste semestre letivo, resultados expressivos em competições acadêmicas. A equipe masculina da instituição foi campeã regional do Centro-Oeste na Maratona SBC de Programação, da Sociedade Brasileira de Computação, e se classificou na etapa nacional para enfrentar equipes de toda América Latina, em preparação para a competição mundial, a International Collegiate Programming Contest. A equipe feminina da UnB também se sobressaiu, atingindo a melhor colocação de um grupo formado apenas por mulheres.
A final nacional da Maratona de 2023 ocorreu em Chapecó (RS), em 21 de outubro, e contou com a presença de 65 times representantes de 56 instituições brasileiras, vencedores das etapas regionais, oriundos de diversas universidades públicas e privadas.
A UnB levou apenas duas equipes para o nacional, mas saiu com os títulos de melhor time feminino, além da medalha de bronze para o time masculino, na décima primeira posição — na competição, várias equipes ocupam o pódio simultaneamente. As conquistas dos dois times garantiram suas vagas no campeonato latino, que ocorrerá em Guadalajara, no México, em março de 2024.
Histórico premiado
A Maratona de Programação existe desde 1996 e é destinada a alunos de cursos de graduação ou pós-graduação na área de computação e afins, como sistemas de informação e matemática.
Cada equipe é composta por três integrantes e compete internamente, dentro das suas universidades, para representar a instituição na maratona. Os campeonatos são de nível regional, nacional, continental e mundial, e a qualificação das equipes depende do resultado apresentado em cada etapa.
Durante as rodadas, cada equipe tem cinco horas para resolver a quantidade máxima de questões fornecidas, com apenas um computador, livros e manuais. Os problemas envolvem a busca de novas soluções de software e variam desde os mais fáceis, como projetar testes, até os mais complexos, com o uso de técnicas sofisticadas.
"As competições reforçam o aprendizado que os alunos adquirem em sala de aula e os ajudam a desenvolver habilidades sociais e criativas", diz Guilherme Ramos, professor do curso de ciência da computação da UnB.
A integrante do grupo feminino, Maria Eduarda Carvalho Santos, 22 anos, que está no 9° semestre do curso de ciência da computação, comentou sobre a importância do evento em sua vida: "A maratona me ensinou muito mais do que só resolver problemas de lógica, conheci pessoas novas, aprendi a trabalhar sob pressão e em equipe, e também desenvolvi muito minhas habilidades técnicas."
A Universidade de Brasília tem um histórico de vitórias na maratona. Em 2021, a UnB ficou na 47° posição do ranking mundial, na frente de renomadas instituições, como Stanford. No ciclo de 2022, o time conseguiu a classificação para o mundial do Egito, que será disputado ainda este ano, em atraso devido à pandemia.
Expectativas
A etapa latino-americana da competição será composta por 40 equipes que tiveram a melhor colocação na América do Sul. Alberto Tavares Duarte Neto, 23 anos, está no primeiro semestre do mestrado de matemática na UnB e faz parte da equipe masculina que foi campeã do nacional. "Estamos muito ansiosos! Será nossa primeira competição internacional e vamos treinar bastante para conseguirmos uma vaga na final do mundial", ressalta.
Maria Eduarda também se prepara para a próxima etapa: "Estou até agora sem acreditar que passamos pra próxima etapa! Estamos com as expectativas altíssimas e chegaremos com 'sangue nos olhos' para a etapa internacional".
*Estagiário sob supervisão de Priscila Crispi.