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Diretor do Senac-DF defende a instrução como valor no ato da contratação

Evento do Correio debateu Educação profissional e o Primeiro Emprego. Para diretor regional do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial do Distrito Federal (Senac-DF), Vitor Corrêa, o ensino técnico é principal ferramenta para reduzir desemprego entre jovens

Mariana Saraiva
postado em 24/11/2023 05:00
 23/11/2023. Crédito: Minervino Júnior/CB/D.A Press. Brasil.  Brasilia - DF. CB Fórum Educação Profissional e o primeiro emprego. Vitor Corrêa Diretor Regional Senac. -  (crédito: Fotos:   Minervino Júnior/CB/D.A.Press)
23/11/2023. Crédito: Minervino Júnior/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF. CB Fórum Educação Profissional e o primeiro emprego. Vitor Corrêa Diretor Regional Senac. - (crédito: Fotos: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)
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"O nível de desemprego no Brasil é um, mas entre os jovens é o dobro". Com essa afirmação, o diretor regional do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial do Distrito Federal (Senac-DF), Vitor Corrêa, avaliou que, quando se fala em formação e primeiro emprego, o debate é fundamental para o desenvolvimento da população.

"Quando você vai falar em primeiro emprego você não pode falar em experiência, é preciso ter instrução. Só que o ensino regular e formal não te dá essa relação direta com o mercado", argumentou o participante do painel "Por que investir em educação profissional?", no CB Fórum Educação Profissional e o Primeiro Emprego, promovido pelo Correio, na tarde dessa quinta-feira (23/11).

Em parceria com o Senac-DF, o evento foi realizado no auditório do jornal e reuniu especialistas na área, autoridades e políticos, em dois painéis, com mediação das jornalistas Mariana Neiderauer e Samanta Sallum. O diretor regional do Senac expôs um momento de reflexão sobre como fomentar as contratações de jovens profissionais.

"Somos a maior entidade em Brasília em formação profissional durante o ensino médio. Temos que pensar que esforços podemos fazer com as parceiras para que os números possam aumentar. Ofertamos 15 títulos, profissões que têm uma empregabilidade interessante, mas podemos pensar em como fazer mais", apontou. Vitor Corrêa contou que o incentivo profissionalizante pode ser motivado a partir dos 12 anos de idade. "É preciso mostrar para o jovem a satisfação que o trabalho traz e, com isso, podemos obter resultados a nível de cidadania", defendeu.

Relação com empresas

A educação profissional do Senac, de acordo com o dirigente, oferece a relação com as empresas, o que é primordial. "A pessoa faz o curso tendo uma relação já profissional e aprende no diálogo com as empresas. E mostramos o caminho que ele deve traçar para conseguir o primeiro emprego", explicou. "As pesquisas mostram que a diferença na renda entre uma pessoa que tem apenas o ensino médio e uma com ensino técnico é de 32% a mais e o nível de desemprego é 30% menor", assinalou Corrêa.

Para Vitor, um programa de grande valor e com bons resultados é o Jovem Aprendiz, em que o participante ganha uma bolsa enquanto recebe qualificação. "As pesquisas indicam que, no final do contrato, as pessoas já conseguem entrar no mercado de trabalho", defende.

O diretor regional do Senac-DF relatou que os investimentos na área têm sido feitos. "Estamos focando em formações mais onerosas, porque formação em gestões são mais baratas, agora, para um curso de programador de jogos digitais, é necessário comprar 30 computadores de R$ 14 mil cada. Estamos fazendo esse investimento, mas, para ganhar grande escala, precisamos de ajuda", ressaltou.

Há uma cooperação do Senac com a Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEE-DF) que, segundo Vitor, permite o aluno da rede pública cursar o ensino médio e também o técnico — "e sai com a grande chance de conseguir um emprego". Para o ano que vem, o Senac acredita que serão três mil alunos nessa condição.

 


Frase

“As pesquisas mostram que a diferença entre uma pessoa que tem apenas com o ensino médio e um com ensino técnico, na renda são 32% a mais e o nível de desemprego é 30% menor" - diretor regional do Senac-DF, Vitor Corrêa

"Maioria dos estudantes do ensino médio e de jovens que já encerram a escola e voltam à escola para obter essa formação profissional e tecnológica. Quando desagrega as matrículas por idade, um terço desses alunos tem mais de 25 anos" - pesquisadora do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Carolina Rolon

"A rede federal, que contempla os institutos federais, proporciona educação de qualidade e infraestrutura. É muito atrativo e necessita de investimentos. É necessário a retomada desses investimentos" - pesquisadora do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Carolina Rolon

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