Eu, Estudante

ESCOLHA A ESCOLA DO SEU FILHO

Conheça as carreiras que mais devem crescer no futuro

Os avanços tecnológicos têm mudado também os rumos do mercado de trabalho, e o leque de opções que se apresenta aos estudantes ao longo da trajetória escolar aumenta

Especialistas em inteligência artificial e linguagem de máquina, analista de business intelligence (BI), engenharia de fintech, especialistas em Big Data. Você já ouviu falar dessas profissões? Se não conhece, é porque possivelmente elas não são tão faladas. Ainda.

De acordo com o relatório O Futuro dos Empregos 2023, do Fórum Econômico Mundial, elas figuram entre as 10 carreiras que mais devem crescer até 2027. A maioria dessas profissões emergentes tem uma coisa em comum: são impulsionadas pela tecnologia.

As inovações tecnológicas têm transformado o mercado de trabalho. Mas, melhor do que fazer previsões sobre quais as tendências dos próximos anos, segundo Ricardo Cavallini, expert da Singularity University, é estar preparado "para esse futuro no qual a única constante é a mudança".

"Hoje, a gente vê tecnologia como uma disciplina, eu faço humanas, eu faço exatas, eu vou para biológicas", comenta. "Mas cada vez mais a gente vai entender que a tecnologia é transversal a isso tudo." No entanto, em um universo permeado por recursos tecnológicos, o especialista destaca que o mais importante é estimular a criatividade dos jovens.

Mãos na massa

Amanda Mussauer, diretora pedagógica do Colégio Ideal, explica que a inovação e o empreendedorismo, além de ajudar na escolha da futura profissão, preparam os estudantes para um universo do trabalho cheio de mudanças.

No ensino fundamental, a escola conta com aulas de robótica do 6º ao 9º ano. "É uma forma de mostrar aos alunos como eles podem participar da construção da tecnologia", explica a diretora.

Também a partir do 6º ano são ofertadas as eletivas de inovação, disciplinas remotas sobre diferentes áreas do conhecimento. Entre elas, criação de games, produção de cosméticos naturais e escrita criativa. Ao fim, os alunos devem criar uma empresa no campo que estão cursando e apresentar em uma espécie de simulação de pitch, apresentação curta e direta que busca vender um projeto para possíveis investidores.

Outra prioridade do colégio é capacitar os docentes para aplicar essas ferramentas em sala de aula. "A gente precisa enxergar a tecnologia como aliada, pois ela já faz parte das nossas rotinas", reforça.

Para isso, os professores têm acesso a uma trilha de formação com aulas on-line, podcasts e outros materiais. Um destaque dessa capacitação tem sido o uso do ChatGPT. 

 

Ao mesmo tempo e lugar

A diretora de vendas Mariana Carvalho, 34 anos, busca se atualizar constantemente em relação às novas tecnologias. E não é só pela profissão, mas para acompanhar a filha Valentina, 12, neste mundo cheio de inovações. "Ela tem facilidade de estar sempre conectada e eu tento caminhar junto, mas ela sabe muito mais do que eu", conta.

No 6º ano do ensino fundamental, a estudante integrou a equipe de robótica da escola durante quatro anos e já chegou a competir nacionalmente em campeonatos juniores. Hoje, o que pulsa mesmo na jovem é a veia artística, mas isso não quer dizer que a tecnologia não está presente. Valentina pensa em ser atriz ou professora.

"Ela vai precisar em qualquer profissão: se ela é uma professora que lida bem com tecnologia, ela traz os alunos mais para perto", explica a mãe. "Hoje, aula chata não prende mais a atenção dos alunos, porque eles têm acesso a novidades o tempo todo na internet", completa.

Valentina destaca que a internet, para ela, não é só uma forma de lazer, mas de pesquisa e de conhecimento. Uma das ferramentas utilizadas é o ChatGPT, que gosta de usar para fazer resumo das disciplinas, o que facilita na hora de revisar o conteúdo. Mas para fazer os trabalhos, tem que deixar a tecnologia de lado. "A professora fala que a gente tem de fazer da nossa cabeça, porque só assim vamos ter destreza para falar de um assunto", comenta.

Para Mariana, o importante é auxiliar a filha a entender como utilizar os recursos com consciência, na robótica, na arte ou na vida particular.

Vamos conversar?

Como empresário, consultor e palestrante, Ricardo Cavallini passou parte da carreira aconselhando corporações sobre como se adaptar às novas tecnologias. No entanto, ele tinha um desafio muito maior pela frente: o de aconselhar a própria filha. Pai de uma adolescente de 15 anos à época, Cavallini sentia que as conversas com a jovem não tinham a profundidade que ele gostaria. A ideia então foi escrever um livro e fazer como uma espécie de clube do livro familiar. “Eu escrevia, um capítulo, ela lia e a gente conversava sobre aquele capítulo, para escutar opinião dela”, explica. Assim surgiu o livro Para os seus próximos mil anos: um manual para as profissões que ainda não existem. A obra tem o intuito de aconselhar pais, que, como ele, querem encontrar novas formas de dialogar com os filhos. “A gente precisa realmente saber escutar o outro. Os adolescentes precisam entender que os pais têm experiência e, por mais que o mundo tenha mudado, essa experiência ainda é muito útil”, aconselha.