Qualificação

90% dos empresários defendem ensino técnico como gerador de empregos, diz CNI

Pesquisa revela que, para 85% do setor industrial, o modelo abre mais oportunidades do que o esino regular

Denise Britto
postado em 30/07/2023 06:00 / atualizado em 30/07/2023 06:00
Felipe Morgado, superintendente do Senai:
Felipe Morgado, superintendente do Senai: "Os empresários reconhecem o valor da formação profissional para acesso mais rápido ao mercado de trabalho" - (crédito: Iano Andrade/CNI)
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Em pesquisa recente divulgada pela Confederação Nacional de Indústrias (CNI), nove a cada 10 empresários do setor industrial disseram acreditar que o ensino técnico permite o ingresso mais rápido de jovens no mercado de trabalho. Para 85% deles, os cursos técnicos abrem mais oportunidades de emprego a quem está entrando na vida profissional do que as modalidades de ensino regular.

O levantamento foi feito com 1.001 industriais de empresas de diversos portes em todo o Brasil, com o objetivo de entender a percepção do setor sobre a educação no país.

De acordo com o superintendente de educação profissional e superior do Senai Nacional, Felipe Morgado, a pesquisa mostrou que o setor produtivo está em busca de profissionais mais qualificados e abre espaço para os jovens que cursam o ensino técnico.

"No Senai, 76% dos estudantes estão empregados em até um ano após concluírem o ensino técnico. Isso mostra que os empresários estão buscando formação técnica. Muitos deles, inclusive, estão pagando mais a estes profissionais do que àqueles que saem do ensino superior", afirma.

Investimento privado

Segundo Morgado, a pesquisa revelou que os empresários estão satisfeitos com a qualidade das instituições de ensino profissionalizante, situação que não se repete quando o assunto é a educação básica. Para 55% dos entrevistados, a modalidade de ensino técnico é avaliada como ótima ou boa. Já em relação à alfabetização, 78% consideram os resultados como regular, ruim ou péssimo. Além disso, 36% dos empresários apontam o ensino fundamental como o ponto fraco da educação pública brasileira.

"O setor produtivo está sentindo o impacto da baixa qualidade da educação básica e, por isso, o grande desafio agora é ampliar o ensino técnico, mantendo os resultados já encontrados com a profissionalização", diz Morgado.

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. (foto: Pacífico)

Um dos aspectos de destaque na pesquisa da CNI, de acordo com o superintendente, é o fato de os empresários reconhecerem a importância de a própria iniciativa privada investir na qualificação dos jovens. De acordo com os dados apresentados, 83% dos entrevistados acreditam que a responsabilidade deva ser compartilhada com o Estado.

"Isso mostra que o empresariado está disposto a ajudar. É muito importante nesse momento em que estamos vendo a expansão do ensino técnico e buscando a ampliação da oferta de cursos", explica.

Cursos do futuro

A pesquisa da CNI trouxe informações valiosas para os estudantes que pensam em ingressar em um curso profissionalizante. Os empresários apontaram as áreas mais promissoras no mercado e que, atualmente, mais carecem de mão de obra qualificada.

"Ficou claro que eles reconhecem o valor da formação profissional como acesso mais rápido ao mercado de trabalho e trouxeram as áreas de maior necessidade. TI (tecnologia da informação) ficou em primeiro lugar, mas também merecem atenção automação e mecatrônica, por exemplo", aponta Felipe Morgado.

A pesquisa mostrou que os jovens que buscam o ensino técnico profissionalizante como opção deveriam ter como foco, principalmente, os cursos de TI (30%), mecânica (10%), elétrica (9%), administração (8%), automação industrial (5%) e mecatrônica (4%). Isso porque, para eles, as atividades mais promissoras no Brasil, nos próximos 10 anos, serão ligadas à tecnologia, saúde, engenharia, indústrias e agronomia.

 

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