Uma mudança aprovada pelo conselho universitário da Universidade de São Paulo (USP) permite uma nova política de cotas raciais na contratação de professores e servidores quando o concurso prever a abertura de mais de três vagas. A medida é válida para candidatos pretos, pardos e indígenas.
De acordo com as novas regras aprovadas nesta segunda-feira (22/5), em concursos com uma ou duas vagas, os candidatos receberão uma pontuação diferenciada. Em processos seletivos com oferta de mais de três vagas, 20% delas serão reservadas como cotas. Atualmente, a USP tem apenas 2,29% do seu quadro docente formado por professores pretos e pardos, e 0,02% de indígena.
A instituição tinha pressa em aprovar a mudança, já que a Justiça suspendeu dois concursos públicos abertos pela USP no ano de 2023, devido ao descumprimento de uma lei paulista que estabelece que os órgãos públicos no estado devem prever sistema de pontuação diferenciada ou cotas raciais.
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"A política de bonificação, embora importante, é ineficaz para garantir que a USP alcance a mesma porcentagem de docentes PPI que a porcentagem desses grupos na população total do estado de São Paulo. A única política afirmativa capaz de assegurar o atingimento da meta é a reserva de vagas", disse em nota o DCE (Diretório Central dos Estudantes).
“Essa é uma decisão histórica da Universidade e possibilitará maior inclusão e diversidade entre o corpo docente e administrativo da USP”, destacou o reitor Carlos Gilberto Carlotti Junior por meio de nota. O reitor apresentou algumas políticas de equidade adotadas em universidades internacionais, como Harvard e Universidade de Toronto, e ressaltou que, embora a seleção de docentes e servidores técnicos e administrativos na USP seja diferente dessas instituições, “temos o suporte internacional de grandes universidades que já desenvolvem essa política, que vai nos colocar ombro a ombro com as melhores universidades do mundo”.