O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o governo federal "vai ter que fazer" concursos para diversas áreas do serviço público. Em indireta ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o chefe do Executivo disse que o Brasil passa por um processo de reconstrução e que a melhora em serviços oferecidos pelo Estado, como na saúde e educação, exige a contratação de mais servidores.
"As pessoas precisam compreender que estamos numa fase de reconstrução de um país que foi desmontado", disse Lula."Vocês não têm noção da quantidade de amigos dos homens que estavam em cargos públicos de confiança. Eu imaginei que a gente poderia, num decreto só, acabar com tudo. Não é possível, porque você não pode deixar que a máquina fique paralisada", acrescentou o presidente, ontem, na cerimônia de sanção da lei que reajusta os salários dos servidores federais em 9%. Após a solenidade, o governo publicou, em edição extra do Diário Oficial da União, a Medida Provisória 1.170/2023, que altera a remuneração do funcionalismo.
Lula prometeu retomar os concursos aos poucos e reconheceu que é difícil ter bons quadros diante da remuneração pouco competitiva com o setor privado. "Não tem saída. A gente tem que melhorar o salário para poder ter pessoas de mais qualidade. As pessoas fazem um mau juízo de valor do funcionalismo público", disse.
De acordo com a ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, existem R$ 2 bilhões reservados no Orçamento deste ano para a realização de concursos. Segundo ela, a pasta está fazendo um levantamento das demandas e tentando identificar os principais gargalos para aumentar o quadro de pessoal visando melhorar o atendimento aos contribuintes. A expectativa era de que ela anunciasse um pacote de novos concursos ontem, mas os números ainda não estão fechados. Contudo Dweck anunciou que foram autorizadas 502 novas vagas para a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).
Na próxima semana, o MGI vai anunciar o primeiro bloco de novos concursos para este ano. Entre os órgãos contemplados, estão o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e o Ministério do Meio Ambiente. A ministra lembrou que existe uma demanda por 8 mil a 8,5 mil vagas de diversos órgãos, mas os pedidos estão em análise. "Eu não tenho como precisar o número de vagas que serão abertas. Mas serão milhares", afirmou a ministra. (IS e RH)
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