As mudanças no mercado de trabalho estão mais aceleradas e perceptíveis do que em qualquer outro momento histórico. Atualmente, as fronteiras entre as profissões são mais tênues e observa-se o surgimento de novas funções que não estão necessariamente atreladas a ocupações mais tradicionais. Até mesmo para carreiras como as de medicina, direito e engenharia, há uma necessidade de atualização e adaptação constante, que demanda aprendizado e novas formas de atuação desses profissionais.
Nesse cenário, uma boa parte dos profissionais considera mudar de carreira, atuando em áreas que não estejam diretamente ligadas à sua formação inicial e seus anos de experiência no mercado de trabalho. Além dos fatores externos que contribuem para esse fenômeno, há também um anseio (principalmente das novas gerações) em conciliar a ocupação profissional com suas paixões e gostos pessoais, construindo uma carreira que seja mais autêntica e alinhada com a sua visão de mundo e estilo de vida ideal.
Ao avaliar a possibilidade de fazer uma transição de carreira, geralmente os profissionais começam impulsionados por gostos, habilidades e interesses que são relevantes, mas ocupam pouco ou nenhum espaço no desempenho do cargo ou função que têm hoje. No entanto, após perceber o chamado interno para mudar a atuação profissional, há que se analisar um pouco mais friamente qual é a melhor forma de fazer essa transição, não sacrificando o investimento de tempo, recursos financeiros e aprendizado já feitos na carreira.
O primeiro passo para começar a implementar uma transição de carreira é testar a nova função. Antes de investir em cursos de aprimoramento de técnica, o mais adequado é exercer a nova habilidade, mesmo em um trabalho voluntário ou online. Por exemplo, um profissional que hoje atua como advogado, mas sonha em trabalhar como chefe de cozinha pelo seu gosto e habilidade em preparar novos pratos, pode começar se voluntariando como assistente de um projeto social que fornece refeições a pessoas em necessidade ou preparar algumas receitas autorais e enviar a conhecidos para que avaliem a sua comida. O principal ponto aqui é descobrir se a pessoa gosta de fato de atuar profissionalmente nessa área e se está disposta a lidar com os desafios dessa nova função.
O segundo passo é conversar com profissionais que já ocupem a função desejada, em diferentes estágios de carreira e nível de hierarquia. Conhecer a rotina de trabalho, possibilidades e limitações da área são aspectos fundamentais para decidir se de fato a transição de carreira é a melhor opção para o que se está buscando.
Se após a experiência prática e conversas francas com outros profissionais da área de interesse houver a intenção de seguir adiante, o próximo passo é fazer um plano de transição priorizando o aspecto financeiro e o posicionamento no novo mercado. Para isso, é necessário estimar os custos de investimento inicial (cursos, materiais necessários, entre outros) e de reserva financeira para arcar com os seus custos de vida antes de atingir ao menos a mesma renda atual com a anamach@stanford.edunova função.
No início, o melhor é conciliar o trabalho que se tem hoje com a nova ocupação, preparando-se financeiramente e testando as suas ideias com um risco mais calculado. É importante ressaltar que isso irá demandar uma dedicação pessoal, de eventuais cortes de gastos, menos tempo livre disponível para o lazer e resiliência para colher os frutos que podem vir apenas no médio a longo prazo.
Para aqueles que estiverem dispostos a seguir um planejamento estruturado, testar as suas ideias e possibilidades mitigando os riscos, investir suas horas na construção da nova carreira e abrir mão de algumas regalias pessoais, as chances de realizar uma transição de carreira bem sucedida em todos os aspectos (financeiro, profissional e pessoal) são bem significativas.