Exemplos de determinação, trabalhadores que romperam a barreira dos 100 anos de vida, como o mineiro José Bernardo da Silva, 104, e o catarinense Walter Orthmann, 100 (foto), ainda trabalham com carteira assinada e dizem que não pretendem pendurar as chuteiras tão cedo. Orthmann é a pessoa com a mais longa carreira do mundo no mesmo local, figurando três vezes seguidas no Guinness Book pela façanha. Há 84 anos ele bate o ponto em uma das primeiras fábricas de tecido de Santa Catarina, onde sempre cumpriu religiosamente o expediente.
Para a pesquisadora Ana Amélia Camarano, coordenadora de estudos e pesquisas de igualdade de gênero, raça e gerações, da diretoria de Estudos e Políticas Sociais (Disoc), do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a grande revolução observada hoje não deve ser medida pela longevidade, mas pela “democratização da sobrevivência”.
“O que é novo é o fato de mais pessoas estarem chegando a idades mais avançadas. Antes, viver muito era um privilégio de poucos. Hoje, há mais expectativa devida, com qualidade e autonomia, para as pessoas desempenharem as suas atividades”, diz.
O preconceito vigente por parte das empresas em contratar funcionários mais velhos, segundo ela, pode ser equacionado por meio de programas de educação continuada, incentivo de trocas intergeracionais, instalações ergonômicas adequadas, estímulo ao treinamento e capacitação continuada. Além disso, ela aponta a necessidade da implementação de políticas de transporte público. “As empresas devem colaborar, não deixar apenas nas mãos do Estado”, observa.
Além da experiência, a pesquisadora aponta como vantagens garantidas na contratação de pessoas mais velhas a possibilidade de maior responsabilidade nas tarefas a serem executadas, a economia gerada com vales-transporte, o não recolhimento de tributos, como seguridade social e a contribuição de apenas 2% para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
Outra variável importante, segundo ela, é a ideia da maior experiência do idoso se contrapor às novas tecnologias. “Apesar da experiência profissional ser maior em relação aos mais jovens, os chamados veteranos ainda apresentam mais dificuldades de acompanhar as mudanças tecnológicas, sobretudo a parcela com idade mais avançada, com educação mais baixa. Daí a necessidade de treinamentos específicos”, pondera.
Camarano reconhece que a legislação brasileira garantiu avanços em relação às políticas públicas de proteção ao idoso, mas pondera que, na prática, a teoria é bem outra. “Infelizmente, não há cumprimento das leis. O Estatuto do Idoso estabelece danos legais, mas é difícil criminalizar uma empresa”, afirma .
O trabalho informal observado entre a população idosa também é destacado por ela, que aponta as chamadas novas ocupações, como motorista de aplicativos, uma das alternativas preferidas, principalmente entre aposentados.
Aos 75 anos, a atriz Ruth Guimarães decidiu produzir e encenar espetáculos sobre a velhice. Ela reconhece que os avanços tecnológicos trouxeram comodidade para a maioria das pessoas, mas admite que a adaptação aos tempos não é tarefa nada fácil. “Dependo muito da tecnologia, mas essa ressignificação é bem complicada, é outra lógica”, diz, observando que essa resistência não deve ser vista como impedimento para qualquer possibilidade de trabalho
“Os padrões mudaram. Hoje, as pessoas mais velhas não podem ser taxadas de improdutivas. A ocupação, seja ela qual for, é uma importante medicação, é imprescindível para potencializar a criatividade na velhice”, ensina.
Mineiro de 104 anos ainda trabalha com carteira assinada
Perto de emplacar 104 anos, o mineiro José Bernardo da Silva é mais um exemplo de perseverança e dedicação ao trabalho. Semi-alfabetizado, ele é, provavelmente a pessoa mais velha no Brasil a trabalhar com carteira assinada. A mulher dele, Rosa Felipe, não gozou da mesma longevidade. Viveu menos da metade do tempo que o marido, falecendo aos 50. Entre os 13 filhos do casal, seis morreram. Mesmo recebendo a visita dos parentes pelo menos uma vez por ano, não tem ideia de quantos netos tem, ou se tem algum bisneto.
Na infância, José Bernardo ajudava os pais na lavoura e o primeiro emprego formal veio em 1970, na Sociedade Brasileira de Eletricidade, em sua cidade natal, Cachoeira de Minas, município vizinho a Pouso Alegre, no Sul de Minas. Mais tarde, passou a fazer bicos como servente de pedreiro e na varrição de ruas. Há 14 anos voltou a ter a carteira assinada, desta vez em um supermercado de Pouso Alegre, como auxiliar de serviços gerais, função que desempenha até hoje.
Mesmo tendo vivenciado mudanças na política e os avanços tecnológicos em mais de um século, ele diz preferir mesmo assistir a um bom jogo de futebol pela tevê, embora não torça para nenhum time. “A situação do país nunca esteve tão difícil, pelo menos para quem trabalha duro pra sobreviver. Está tudo muito caro. Por isso, prefiro o futebol, mas os jogadores de hoje também não estão com essa bola toda. Só gostam de correr, derrubar os outros e cair e isso, para mim, não serve. Mesmo assim, me divirto um pouco. Depois, vou varrer o terreiro, que me dá mais prazer”, diz.
O gerente geral do supermercado, Carlos Magno Fonseca, conta que, no início, “Vô Bernardo”, como é carinhosamente chamado por todos, ia e voltava a pé do trabalho todos os dias, rotina que durou cerca de um ano. Percorria nada menos que 24km, por dia. “Observamos que ele está com saúde, mas não queremos abusar. Por isso, garantimos transporte para que ele chegue em casa com segurança. Além disso, ele se ocupa de serviços mais leves, como organizar os carrinhos. De vez em quando, ele teima em varrer o passeio”, conta.
Ainda segundo Fonseca, Vô Bernardo é determinado, pontualíssimo, e raramente falta ao trabalho. “Ele quer sempre estar presente, executando as suas tarefas. Até quando tem direito a férias não quer se afastar. Aí, sim, dá um certo trabalho”, revela.
Companheirismo
Responsável pelo setor de recursos humanos da empresa, Renata Aparecida do Prado é mais uma a atestar a simpatia e o companheirismo do idoso. Ela conta que Vô Bernardo está sempre bem disposto e adora contar “causos” de sua infância e da época em que trabalhava na companhia de energia. “A que ele mais lembra é a de quando sofreu um grave acidente, sobrevivendo a um ferimento na barriga com ferro quente. Diz que doeu muito e mostra a cicatriz como se fosse um troféu.”
Renata foi incumbida de acompanhar Vô Bernardo ao médico em suas consultas rotineiras e quando ele se sente mais debilitado. “Volta e meia ele reclama de dor nas pernas, mas os exames nunca revelaram nada mais grave”, diz, completando que, entre os funcionários, ele se destaca como o mais gentil, sempre pronto a servir. “Bate o ponto religiosamente às 7h e volta para casa às 14h, mas sempre depois de cumprir sua rotina de trabalho.”
O gerente da loja onde Vô Bernardo trabalha, José Eduardo Cabral, afirma que a dedicação do ancião é um grande estímulo para todos os funcionários. “Conheço ele há 13 anos. É um grande exemplo de vida. Não tem como classificar sua determinação e vontade de sempre produzir algo útil.” Aos 65 anos, Cabral confessa não ter o mesmo projeto, o de trabalhar a vida toda. “Não vou aguentar chegar lá. Expectativa nenhuma”, brinca.
Patrimônio
Para Vô Bernardo, o trabalho é seu principal patrimônio. “É o que tenho de mais importante na vida, pois me ajuda a complementar a aposentadoria. Trabalhando, a gente tem o dinheirinho para comprar as coisas para comer, beber, vestir e, principalmente, para os remédios que estão cada vez mais caros”, diz. “Eu gosto de trabalhar, de estar no meio do pessoal. A gente se diverte um pouco. E depois, gosto muito de fazer o que faço”, afirma
A aposentadoria de R$ 1.100, revela, não é suficiente para bancar os medicamentos. “O salário do supermercado é que me ajuda a sobreviver. Tento até passear um pouquinho, mas nunca longe de casa”, lamenta. Conhecer o mar, para ele, seria a realização de um sonho. “Tenho vontade de ir a uma praia bonita, nem que fosse no Espírito Santo. Com uma companheira boa seria melhor ainda. Fico imaginando ver toda aquela água que suspende, vem e volta”, sonha
Vô Bernardo admite que o cuidado excessivo com a alimentação nunca foi seu forte, “mesmo depois de velho”. “Gosto de arroz, feijão e macarrão. Uma carne bem gordinha de porco eu também gosto. Por isso, nunca perco uma boa festa de São João, São Pedro e também uma Folia de Reis, mas só gosto de ver. Tudo tem seu tempo.”
Sobre e ainda ter disposição para encarar o batente, afirma, sem pestanejar: “Não morri”. Sobre a morte, também não titubeia: “Não tenho medo dela. Não sabemos o dia e nem a hora. Tenho medo, sim, de morrer matado, andando na estrada e de repente aparece um ladrão e mata a gente para roubar”, diz. Até o fechamento desta edição, o Ministério do Trabalho não confirmou se Vô Bernardo é, de fato, a pessoa mais velha no país a trabalhar com carteira assinada.
Mulher de fibra
O Canadá também tem seu exemplo de longevidade e força de trabalho. Aos 101 anos, a ex-prefeita de Mississauga, cidade da província canadense de Ontário, Hazel McCallion, foi renomeada para o conselho de administração da Greater Toronto Airports Authority (GTAA). Mais velha prefeita da história canadense, ela foi nomeada pela primeira vez para a função em 2017. Sua determinação em sempre continuar na ativa rendeu-lhe o apelido de “Furacão Hazel”. Recentemente, MCCallion foi reconduzida ao cargo, para um mandato de três anos.
“Estou satisfeito que a senhora McCallion aceitou continuar a servir a autoridade aeroportuária da Grande Toronto”, disse o ministro dos Transportes do Canadá, Osmar Alghabra, em um comunicado. “Ela dedicou mais de 40 anos de serviço à sua comunidade e continua a desempenhar um papel importante na supervisão e orientação do maior aeroporto do Canadá. Desejo-lhe todo o sucesso, pois ela continua a servir o setor de transporte.”
Desde que deixou o gabinete do prefeito, McCallion permaneceu ativa em várias funções. Em março deste ano, ela foi nomeada conselheira especial da Universidade de Toronto e chanceler do Sheridan College. Além dessas homenagens, ela inspirou o nome de um time de beisebol.
EXPERIÊNCIA
“O trabalho me mantém vivo”
E xemplo de perseverança, otimismo e dedicação ao trabalho, aos 100 anos recém-emplacados, o gerente de vendas Walter Orthmann é a pessoa com a mais longa carreira do mundo no mesmo local, figurando três vezes seguidas no Guinness Book pela façanha. Há 84 anos ele bate o ponto na RenauxView, em Brusque, no Vale do Itajaí, uma das primeiras fábricas de tecido de Santa Catarina, onde sempre cumpriu religiosamente o expediente
Embora tenha se aposentado há 44 anos, Seu Walter afirma não conceber a ideia de pendurar as chuteiras, e sempre inventa alguma coisa para fazer. Ele figurou pela primeira vez no Guinness Book em 2008 e, 10 anos depois, pela segunda, quando comemorou 80 anos de empresa e 95 de idade. O profissional mais dedicado da empresa em oito décadas começou a trabalhar ainda garoto, aos 15 anos, como auxiliar de expedição. Antes, até os 12 anos, trabalhou na roça, plantando aipim, e andava 5 quilômetros todos os dias para ir à escola. Na empresa, foi promovido a office-boy, assistente administrativo e gerente de vendas, função que ocupa até hoje.
Atualmente não viaja mais, mas desbravou todo o país de carro, ônibus e avião, visitando clientes de todas as regiões. Seu carisma é tão grande que, até hoje, muitos dos negócios só são fechados se o atendimento for feito por ele. “É uma pessoa muito motivadora, verifica o faturamento diário, cobra resultados, fica instigando o pessoal a cumprir as metas, dar o melhor de si”, diz o diretor de marketing da empresa, Roberto Sander, 55. “É um exemplo de vitalidade para todos nós”, completa
Seu Walter viveu e acompanhou muitas mudanças durante todos esses anos. Recebeu salário em nove moedas diferentes, viu a empresa se modernizar e mudar de nome e de diretoria. Ele revela que, em 2006, quando novos investidores, liderados por Armando Hess de Souza, assumiram o controle da companhia, ficou um pouco preocupado, visto que já tinha 68 anos de carreira e a nova direção possivelmente não “iria querer uma pessoa velha na equipe”.
Mas foi com surpresa e alegria que ouviu do novo presidente a intenção de renovar seu contrato por mais 15 anos, “com cláusula de prorrogação”. “Em 2021, venceram-se os 15 anos e Walter se manteve firme e forte como um profissional de destaque”, declara Souza. “Trabalhar com Seu Walter é uma dádiva, é uma pessoa que tem a imensa capacidade de manter-se atualizada nesse mundo de constantes transformações.”
“Hoje, me sinto mais vivo e feliz do que nunca. Os 100 anos vieram tão rápido que nem senti. Me sinto muito bem de saúde. Meio tortinho, mas isso é normal para quem chega nessa idade”, ressalta Walter ao Correio, pontuando que o que mais chamou sua atenção em toda sua trajetória na empresa foi a adaptação às novas tecnologias. “Comecei como simples operário, mas sempre aprendendo cada vez mais, sempre olhando para frente. Para mim, a tecnologia foi a grande novidade. Me adaptei com tudo. Fui aprendendo as coisas aqui mesmo na empresa”, diz, se gabando de estar craque em todos os comandos do tablet, que só usa durante o expediente. “É só para o trabalho, nada mais. Nem levo para casa”, afirma.
Correio destacou vinda de Seu Walter a Brasília
Ao completar 96 anos, Walter Orthmann foi capa do caderno Trabalho&Formação Profissional do Correio Braziliense, em sua edição de 19 de agosto de 2018, quando esteve em Brasília para receber a mais alta honraria da Justiça do Trabalho.
Na ocasião, o gerente comercial figurava pela primeira vez no Guinness World Records como a pessoa que atuou por mais tempo na mesma instituição. Em Brasília, o catarinense de Brusque recebeu a comenda da Ordem do Mérito Judiciário do Trabalho (OMJT), do Tribunal Superior do Trabalho (TST). A honraria é entregue a personalidades que se destacaram no mundo das profissões.
Seu Walter se emocionou ao ser aplaudido. Ele recebeu a medalha das mãos do então ministro Aloysio Corrêa da Veiga. “Foi uma homenagem lindíssima. Emocionou não só a mim, mas a todos. Valeu a pena vir para Brasília por isso. Não imaginava que seria tão bonito. Eu nunca vou esquecer”, declarou.
Sempre simpático e bem-humorado, Seu Walter garantiu que continuaria a bater o próprio recorde. “Enquanto eu tiver saúde, continuarei trabalhando”, disse.
A então ministra do TST Kátia Magalhães Arruda destacou que a história de Seu Walter deixa uma boa mensagem. “No mundo do trabalho, tão precarizado, é incomum que um trabalhador passe tanto tempo ligado à mesma empresa. Foi emocionante ele, com 96 anos vir, para cá com tanto vigor”, afirmou. “Esta é a maior homenagem que a Justiça do Trabalho pode dar a uma pessoa. Foi muito bonito ele receber a medalha e acho até que ele foi o mais aplaudido”, completou.
À época, Seu Walter veio a Brasília acompanhado da esposa, Lúcia Helena. “Me sinto felicíssima. Nunca poderia imaginar que ele um dia seria homenageado desta maneira. O Walter merece tudo isso porque sempre foi muito trabalhador, não tem preguiça. Todo dia, ele levanta, faz exercícios de alongamento, se arruma, toma café e vai trabalhar, a rotina é essa. Eu nem sei dizer como ele está se sentindo, mas parece que ele rejuvenesceu ao receber essa comenda”, comemorou.
Firme e forte
Além de profissional dedicado, Seu Walter é também esposo, pai de oito filhos, avô de oito netos e, de quebra, paparica, nas horas vagas, os quatro bisnetos. Sobretudo, é um homem que se cuida. Nos dias úteis, ele segue com seu velho Honda HLD para o trabalho, onde chega, pontualmente, às 8 horas. Depois, sai para almoçar às 11h30 e volta para casa às 17 horas.
Ele se gaba de estar com a saúde nos trinques, fazer check-up de quatro em quatro meses “para ver o movimento do corpo”, e só usa óculos para ler de perto. Além disso, lê jornais do dia e se diverte ouvindo e dançando xote, valsa e marchinha. “Essas músicas de hoje não são muito boas. Gosto mesmo é das canções de Agnaldo Timóteo e Moacir Franco”, diz. Desportista, conta ainda que sempre foi craque em futebol, handebol e boliche, uma das grandes paixões de sua vida.
Para manter a saúde “sempre em cima”, ensina, dorme bem, evita estresse, sal, açúcar, frituras e refrigerantes. Mas não abre mão de uma taça de vinho seco no almoço. “Nunca tomei um porre na vida, assim como jamais coloquei um cigarro na boca. Ganho muitas garrafas de bebidas, como uísque, licor, champanhe, mas fica tudo guardado, envelhecendo, na despensa.”
O bisavô de Seu Walter, Friedrich Orthmann, nasceu na Prússia Renana e veio para o Brasil em 1860, se fixando em Guabiruba, vizinha a Brusque. Em junho de 1946, Seu Walter casou com Alice Koschnik, com quem teve 5 filhos, Sueli, Rosemari, Marli, Valmir e Valter Roberto. Em 1977, ficou viúvo e, em 1980, casouse novamente, desta vez com Lucia Helena Valle, 32 anos mais jovem.
Nessa longa estrada da vida, recebeu diversas honrarias de diferentes entidades. Quando a empresa completou 70 anos, foi homenageado pela Associação Empresarial de Brusque. Em 2013, recebeu a Ordem do Mérito Industrial e Sindical da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) pelos seus 75 anos de trabalho na RenauxView e uma homenagem da Câmara Municipal de Brusque. Em 2018, foi condecorado pelo Corpo de Bombeiros Militar de Brusque e também pelo Tribunal Superior do Trabalho com a comenda da ordem do Mérito Judiciário do Trabalho, em Brasília.
Perguntado se pretende voltar a visitar a capital federal, respondeu, sem titubear: “Já fui muito, até gosto, mas hoje prefiro ficar em casa. Adorei conhecer o Palácio do Planalto, mas achei o aeroporto muito confuso. A cidade é muito organizada, mas tinha que ser bonita mesmo, bem feita, tudo joia. Afinal, é aí que vivem os que decidem os rumos do país”, diz.
Seu Walter confessa que prefere não votar nas eleições “para não ter a consciência pesada se errar de candidato”. “Acompanho a política e sei que é importante para todos, mas o Brasil precisa de gente boa, que queira trabalhar, não fique gastando à toa. Não só o presidente, mas governadores, prefeitos, tudo deve ser melhorado. Precisamos de gente de confiança”, diz.
O conselho para quem pretende chegar aos 100 lúcido e feliz, além da alimentação correta e nada de vícios, é “jamais abrir mão da honestidade e trabalhar onde se gosta e se sente bem”. “É tão gostoso começar pequenininho e ir subindo aos poucos”, diz. “Se você não tem um motivo para se levantar da cama, vai ficar dormindo. Infelizmente, todos os meus amigos que se aposentaram e pararam de trabalhar, já morreram. É o trabalho que nos mantêm vivos”, afirma.