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Intercâmbio

Brasiliense cursa medicina de graça na Itália

A estudante Isadora Pantazopoulos, 19 anos, está matriculada na Sapienza Università di Roma, uma das melhores do mundo

A brasiliense Isadora Flores de Noronha Figueiredo Pantazopoulos, 19 anos, percorreu exatos 8.905,67 quilômetros para realizar o sonho de qualquer estudante, estudar medicina no exterior sem gastar nada, em uma universidade conceituada. Atualmente, como bolsista, ela cursa medicina na Sapienza Università di Roma, na Itália, considerada uma das melhores do mundo. Um grande aliado para a conquista da estudante foi o algoritmo, sequência de ações encadeadas para realizar uma tarefa com o objetivo de fornecer aos usuários da internet informações específicas. Conteúdos de pessoas que estudavam na Itália foram recomendados para a jovem e, assim, ela se interessou pela cidade eterna.

De acordo com Isadora, mesmo que a instituição de ensino seja pública, a Itália oferece bolsa de estudo e ajuda de custo para a aquisição de livros, farmácia e aluguel, entre outras necessidades, para o aluno poder se manter durante o curso.

“A Itália é uma mãe e nos recebe de braços abertos. Enquanto no Brasil o aluno paga mensalidades caras ou sai com dívidas impagáveis no Fies (Fundo de Financiamento Estudantil), na Itália ganhamos dinheiro para nos dedicar aos estudos, mesmo se for em uma universidade pública. É incrível. Estou amando a experiência de morar e estudar medicina, ainda mais na cidade dos sonhos, que é Roma”, ressalta a futura médica, cuja bolsa de estudos anual é da ordem de 5 mil euros.

Fascinada pelo universo da saúde desde a infância, Isadora costumava passar a maior parte do tempo na clínica onde o avô, médico, trabalhava. “Tinha muita certeza que eu queria fazer medicina. Meu avô me influenciou desde menina. Quando aparecia algum paciente, sempre queria ajudar no atendimento”, conta.

Em 2019, a jovem fez as três etapas do Programa Avaliativo Seriado (PAS) e o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), como plano B. Ela conta que o interesse em viver fora do país é antigo. Aos 12 anos, quando morou com o tio em Quebec, no Canadá, aprendeu inglês e francês. Ao retornar para Brasília, logo notou as diferenças entre Brasil e Canadá. “Só voltei por causa dos meus pais. O primeiro ‘baque’ foi a diferença cultural e a qualidade de vida. Por isso, resolvi me preparar para estudar e morar fora”, conta

Ela encarou a primeira “dificuldade” quando percebeu dois fatores divergentes: morar fora e estudar medicina. Segundo ela, são coisas que “dificilmente não se cruzam”. Mas a busca incessante para realizar seu sonho não parou por aí. Diariamente, ela pesquisava sobre processos de intercâmbio. As conversas com instituições sobre cursos no exterior sempre terminavam com a sensação de ter recebido um “balde de água fria”.

“Quando me entregavam um cartão de visitas para entrar em contato, caso estivesse interessada em fazer residência, escutava frases do tipo: ‘o processo pode demorar pelo menos uns 10 anos’, ou ‘se forma no Brasil e depois vem fazer uma residência com a gente’. Isso me desmotivava muito”, lembra. Ela afirma, porém, nunca ter desistido da ideia de estudar no exterior, mas havia um entrave, os preços exorbitantes dos programas de intercâmbio, entre R$ 200 mil e R$ 400 mil. “Era surreal, completamente fora das minhas possibilidades”, diz.

Para conseguir uma bolsa de estudo na Itália ou em qualquer outro país é preciso pesquisar muito, ter o hábito de acompanhar editais em sites de universidades e buscar informações confiáveis. Isadora criou o Instagram @isadorameditalia para trocar informações com interessados em acompanhar a sua trajetória. Além disso, a estudante disponibilizou um canal de comunicação no WhatsApp +39 348 576 8752 para auxiliar futuros intercambistas.

 

*Estagiária sob a supervisão de Jáder Rezende