Busca por profissionais É "missão quase impossível"

Sindiveste-DF aponta maior dificuldade na contratação de colaboradores para moda praia e uniformes

Jáder Rezende
postado em 13/03/2022 00:01
 (crédito: Arquivo pessoal)
(crédito: Arquivo pessoal)

A presidente do Sindicato das Indústrias do Vestuário do Distrito Federal (Sindiveste-DF), Walkiria Aires, afirma que, na última década, a busca por costureiras qualificadas no mercado tem se tornado uma missão quase impossível. "A situação se agravou muito, principalmente nos últimos dois anos, e essa deficiência não é realidade apenas em Brasília, mas em todo o país. As empresas têm sentido muito a falta de profissionais com o retorno às atividades, sobretudo as que trabalham com tecido plano e malharia. Cada segmento necessita de pessoal específico no mercado", observa.

O SindiVeste tem promovido encontros com representantes de entidades como o Senai e do GDF, solicitando a promoção de cursos de qualificação específica para alguns setores, como moda praia, modalidade que não encontra oferta em Brasília, além de capacitação para confecção de uniformes profissionais e também para o segmento de moda feminina, com ênfase em alfaiataria, roupas de festa e para noivas, bordadeiras com especialidade em pedraria. No Sistema Senai de Certificação para Pessoas, o curso de costureiro industrial é o único oferecido no país.

A entidade vem, também, estreitando laços com a Secretaria da Mulher do DF, na expectativa de garantir a implantação de núcleos de produção em regiões mais distantes do Plano Piloto, visando à formação de empreendedores individuais, assim como a garantia de auxílio para compra de equipamentos. Observa, ainda, que os chamados produtos xig-lings também representam grande entrave para a indústria têxtil nacional. "O mercado ambulante está cada vez mais abastecido com produtos de baixa qualidade. Entendemos a crise, mas, para o lojista do DF, é muito complicado. Taguatinga, por exemplo, está tomada pelos ambulantes", diz.

A secretária da Mulher do DF, Éricka Fillipelli, afirma que os encontros com representantes do Sindiveste trouxeram à tona a realidade sobre a carência de costureiras no mercado. "Entendemos que essas discussões é uma excelente estratégia para unirmos força e capacitar as mulheres, muitas em situação de violência doméstica. Precisamos, urgentemente, criar estratégias para chegarmos até elas", completa.

A Casa da Mulher Brasileira é outra alternativa apontada pela secretária da Mulher para promover o incremento de costureiras no mercado. Ela revela que sua pasta tem buscado firmar parcerias, até mesmo internacionais, junto a embaixadas, para aquisição de máquinas e de outros equipamentos para a indústria de confecção. "Estamos empenhados em formalizar esse processo da forma mais rápida possível. Temos mais que obrigação de equacionar tudo o que identificamos como carência de mão de obra", assegura.

E a demanda é alta

No próximo ano, a Secretaria de Educação do DF promete abrir licitação para a aquisição de 3 milhões de peças de uniforme para a rede pública, o que implicará em absorção de mão de obra considerável. Decreto da pasta publicado neste ano autorizou o uso do uniforme antigo ou do novo modelo só até 2022, mas, em 2023, apenas o novo será aceito.

A presidente do Sindiveste acredita que, como há boas perspectivas para 2023, sobretudo com a previsão de ofertas de vagas para confecção de uniformes para escolas públicas, força de trabalho que deve beneficiar entre 2,5 mil a 3 mil mulheres, poderão surgir novas capacitações. "Carecemos de maior demanda desses cursos, principalmente nas regiões administrativas com baixo índice de desenvolvimento humano. Aires aponta como grande entrave para a formação de profissionais o custo elevado do transporte público."Esses cursos devem ser ministrados nessas regiões ou, pelo menos, a disponibilização de vales-transporte e alimentação. Isso resultaria em novos empreendedores e abertura de vagas", afirma. (JR)

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