Eu, Estudante

Desvalorização

Recém-formada, Michelle Ribeiro, 24 anos, escolheu pedagogia porque acredita que a educação pode, de fato, mudar as pessoas e a sociedade. "Eu acredito que o processo de ensino e aprendizagem é incrível, pois tanto quem ensina quanto quem aprende recebe muitas experiências, trocamos muitas vivências. Além do amor e carinho que recebemos", afirma.

Para ela, a sociedade enxerga o professor de forma desvalorizada, apesar de ser uma profissão que forma tantas outras. "Meu desejo era estar na escola pública para realmente ver, na prática, as duas realidades das escolas no ensino", diz. Segundo ela, quando há amor e carinho no que se faz, o ofício se torna mais fácil.

"Tive dois anos de experiência no Mackenzie e no programa bilíngue. Trabalhei um pouco com crianças da educação infantil e, na maior parte do tempo, com o primeiro ano do ensino fundamental", conta. A pedagoga, no entanto, confessa que seu maior desejo era atuar na escola pública.

A escolha pelo curso, prossegue, não veio de forma fácil. Ela cogitou, inclusive, medicina antes de chegar à pedagogia. "Agora, ver esse trabalho de perto e o tanto que os alunos sentem falta, o reconhecimento dos pais e da equipe pedagógica, não há nada que pague", celebra.

 Amor pela educação

Também recém-formada, Isa Gedrinn, 25 anos, confessa ter optado pela pedagogia por sempre ter tido muito amor pela educação. Inicialmente, ela queria fazer história, mas não abriu mão de sua paixão pelo processo educativo, sobretudo da educação básica. Segundo a pedagoga, quem é professor sabe a emoção de ajudar uma criança a ler, a escrever, a descobrir o mundo.

"Minha avó era professora e sempre me contava as histórias de como era esse ambiente. Por isso, toda a vida tive muita curiosidade. Diferentemente de mim, minha avó ensinava, na Paraíba, pessoas jovens e adultas. E foram inúmeras as pessoas que ela ajudou a concluir o supletivo, pois no Nordeste há essa carência", pontua.

Ela entende que a forma como a sociedade enxerga o professor desvaloriza a carreira e também a educação. Isa conta que há crianças do ensino integral que passam a maior parte do tempo com os professores, e não com os pais. "O professor ajuda nesse processo e a família tem que andar de mãos dadas, o que não acontece na maioria das vezes".

No ensino médio, ela entendeu o quanto gostava de crianças, passando, então, a se interessar mais pela educação infantil. "Desde então, quis ser professora de crianças. Embora eu tenha outros caminhos, a pedagogia foi o que realmente me conquistou", declara.