"Eu acho essas novas propostas péssimas e de tremendo desrespeito ao trabalhador. São medidas que não devem ser aceitas pela população trabalhadora, pois terão muitos dos seus direitos vetados."
Gabriel Rodrigues,
23 anos, médico veterinário
"Embora, hoje em dia, haja muitas críticas em cima da CLT, eu acredito que ela ainda seja importante por um motivo muito simples: na relação entre empregador e empregado, o empregador é a figura de poder. O não reconhecimento de vínculo empregatício é vendido como um sonho, onde você gerencia seus próprios horários, e só depende de você o quanto vai ser remunerado. Porém, é só mais uma forma de uma empresa que tem muito capital, crescer mais ainda, às custas de um trabalho mal remunerado."
Rayssa Moreira Cardoso,
24 anos, analista de TI
"Acho curioso esses argumentos de que se trata de aumentar a segurança jurídica e aquecer o mercado de trabalho. A legislação que querem modificar não carece dessa segurança. É uma questão do velho argumento de ter menos direitos para tornar o trabalhador um objeto mais barato. O que já vimos que não tem um efeito significativo na criação de postos de trabalho e por outro lado diminui o poder do trabalhador, o que, de certa forma, prejudica toda a sociedade, uma vez que não faz sentido imaginar que é saudável uma sociedade de precarizados."
Lauro Pacheco, 34 anos, psicólogo social
"A reforma trabalhista veio com o intuito de aumentar o número de empregos justificando com isso a perda de muitos direitos trabalhistas. E, após esse tempo, isso não foi comprovado. Eles foram flexibilizando muitos direitos trabalhistas, frutos de uma grande luta da classe trabalhista durante anos. Essas conquistas foram paulatinas e crescentes. Esses direitos estão sendo perdidos. E agora o que eu vejo é que o ponto mais grave dessa nova reforma que eles estão querendo fazer é tirar a multa sobre o FGTS que o empregador normalmente tem que pagar quando a demissão é sem justa causa, e a possibilidade de greve por parte dos empregadores. A parte mais forte vai ter mais direitos de pressionar a parte mais fraca. Mais uma vez, os empregados estão perdendo direitos conquistados com muita dificuldade e sem o pior, é sem ter uma comprovação de que isso vai ter um resultado positivo para a economia e sociedade."
Riva Chaves, 54 anos, servidora pública
"Acho válido eles fazerem um estudo, a gente precisa melhorar muito ainda essa questão de leis trabalhistas. A questão de liberar o trabalho aos domingos me incomoda um pouco, dependendo da classe, dependendo da área que vai ter liberação, na minha opinião, não vejo necessidade. Esse não reconhecimento de vínculo entre o motorista de aplicativo, eu acredito que deveria ter porque dá um pouco mais de segurança para os trabalhadores. Quando acontece alguma coisa, acredito que dá aquela segurança, mas aí depende se a classe acha vantajoso para ela ter esse vínculo empregatício. Sobre o fim da multa de 40% do FGTS é complicado, né? Porque você é demitido e não tem uma causa ali para te defender, muitas vezes, não tem uma reserva financeira, e aqueles 40% seriam um alívio no meio do caos. Esse ponto poderia ser reavaliado".
Camila de Oliveira, 24 anos,
técnica de investimentos