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Tempo ideal de preparação para um concurso pode variar entre oito meses a dois anos

Veja a rotina de concurseiros que estão esperando os certames do INSS e do Tribunal de Justiça do DF

Ana Luisa Araujo
postado em 26/12/2021 06:00 / atualizado em 26/12/2021 06:00
A preparação para uma prova ocorre no tempo de um a dois anos, segundo Beto Fernandes -  (crédito: Arquivo pessoal)
A preparação para uma prova ocorre no tempo de um a dois anos, segundo Beto Fernandes - (crédito: Arquivo pessoal)

O candidato que quiser se sair bem deve seguir as orientações de quem dá aula há muitos anos para concurseiros, como é o caso do professor Beto Fernandes. "É preciso estudar a teoria sem negligenciar a resolução de questões", aconselha. Além disso, costumes que são conhecidos também são incentivados, como estudar antes de sair o edital, porque depois o prazo fica apertado.

Sobre o tempo de dedicação, Beto diz que é necessário que sejam separadas, por dia, no mínimo três horas de estudo, mas o ideal seria entre quatro e cinco horas. Ele diz, também, que é preciso que os candidatos estudem por provas de certames passados, inclusive pelos da banca em questão, visto que cada comissão julgadora tem uma maneira de cobrar o conteúdo.

Para ele, é essencial manter a disciplina: "O que faz um candidato ser aprovado não é o quão inteligente ele é, mas o quanto está disposto a se dedicar continuamente para a realização de um sonho". Na visão dele, todos podem passar, só precisam "pagar o preço", que é a dedicação incondicional. "Faça o que tem que ser feito, não somente um, mas todos os dias", continua.

É importante mesmo se dedicar, porque a tendência é de que o nível de dificuldade dos próximos certames cresça. Beto explica que o desemprego está em níveis elevados e, a cada dia, mais pessoas concluem o ensino médio e, naturalmente, tentam a carreira pública. Passar em concurso tornou-se projeto de vida. "Ou você se dedica integralmente, mantendo-se disciplinado, estudando religiosamente, ou provavelmente você não será aprovado", aconselha Beto Fernandes que foi aprovado em 12 concursos.

"Para mim, a pior situação para alguém que estuda para concurso é a de se dedicar um pouco", diz. Beto, que é técnico judiciário do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), afirma que muitas pessoas se sentem injustiçadas ao não passar, pois acham que estudaram muito, quando, na verdade, o tempo de estudo foi pouco. "Lembre-se, como regra, de que a preparação para um certame leva de um a dois anos", orienta.

De acordo com o professor, o concurso para o Banco da Amazônia também é muito aguardado, a sede do órgão fica em Belém do Pará, mas há diversas agências por toda a região Norte. O próprio presidente do banco disse que o edital deve sair no primeiro semestre do próximo ano.

Em busca de um bom emprego

Natália Maito, 34 anos, é servidora pública do Ministério da Agricultura
Natália Maito, 34 anos, é servidora pública do Ministério da Agricultura (foto: Arquivo pessoal)

Natália Maito, 34 anos, é servidora pública do Ministério da Agricultura, mas não está satisfeita com a colocação que conseguiu e, por isso, estuda sempre a fim de receber um salário melhor em breve.

A profissional diz que a rotina que leva é muito intensa, pois além de trabalhar o dia todo, ainda tem dois filhos. Os estudos ficam para qualquer tempo livre que ela tiver e, ao todo, ela diz estudar cinco horas por dia. A rotina vem sendo dessa forma desde 2019, quando começou a estudar.

"Venho me preparando, desde 2019, exclusivamente para o concurso do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, que está com previsão de ser lançado no início de 2022", revela. Assim como recomendado, a jovem vem se dedicando muito antes de o edital ser lançado. Caso ele seja de fato publicado em 2022, a jovem se antecipou mais de três anos.

"Eu vou prestar concurso para o cargo de técnico judiciário na área administrativa, porque a minha formação, que é da área de administração, não há mais concurso para tribunal", esclarece. Sua opção, então, é fazer concurso na área técnica que, de acordo com a servidora pública, a remuneração é maior.

Além disso, Natália explica que o período que ela irá trabalhar será de sete horas, o que tornará a vida dela mais tranquila. "Isso facilitaria bastante a realização das atividades que tenho que fazer, como cuidar dos meus filhos", afirma.

Estuda há três anos

João estuda inclusive nos fins de semana
João estuda inclusive nos fins de semana (foto: Arquivo pessoal)

João Vitor Fernandes, 24 anos, estuda para concursos há três anos. Ele não mantém nenhuma outra ocupação, além de se dedicar dia e noite para concursos públicos.

"No ano que vem, eu pretendo fazer o concurso público do INSS", diz. Mesmo assim, ele mantém em aberto suas opções. O concurseiro sabe que pode aproveitar as matérias que estuda para outros certames. Caso seja divulgado algum certame com o conteúdo que ele estuda, irá fazer também. "Penso em fazer concursos para tribunais", conta.

Por não trabalhar, João tem bastante tempo para estudar. A rotina do jovem é fixa: acorda às 5h30 e faz uma corrida, quando volta toma café e estuda durante toda a manhã, com pausa somente para o almoço. Ao retomar à tarde, ele continua estudando e fazendo questões de provas passadas do órgão. À noite, ele estuda ainda mais um pouco antes de dormir.

Aos fins de semana, pausa para descanso? Não. João Vitor se dá um pouco mais de tempo livre, mas ainda assim faz a revisão de tudo que estudou de segunda a sexta-feira.

"O concurso público é uma ferramenta que quero utilizar para ter uma mudança de vida. Tem gente que escolhe fazer faculdade, outras pessoas buscam algum emprego, ou fazer empreendedorismo, mas eu quero mudar minha vida por meio do serviço público", declara João Vitor.

O plano de vida dele está traçado. Segundo o concurseiro, ele não será servidor público para sempre quando passar em um concurso. Depois de atuar alguns anos na função, ele pretende se tornar empresário. 

 

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