Outra pesquisa realizada pela Employer, empresa de RH do país que oferece serviços e tecnologia para recursos humanos, aponta que os jovens entre 18 a 25 anos representaram 42% das contratações na modalidade temporária no primeiro semestre deste ano, um aumento de cerca de 5% comparado ao mesmo período de 2020.
A diretora de serviços de RH da Employer, Vânia Montenegro, explica que o trabalho temporário é uma excelente oportunidade para jovens que estão em busca do primeiro emprego e também para quem procura se recolocar no mercado de trabalho. "Essa é a oportunidade para os jovens conhecerem os desafios e tarefas em empresas de segmentos e portes diversos, além de ser uma alternativa para os que estão em busca de crescimento e de efetivação no mercado de trabalho", afirma.
Houve ampliação de 39% na contratação de temporários no primeiro semestre deste ano em comparação ao mesmo período de 2020, de acordo com outro levantamento realizado pela Employer. A expectativa é de que a modalidade de contratação continue em crescimento, que, por conta da vacinação e da reabertura das atividades econômicas, as demandas pela admissão de pessoas estão em crescimento.
Juliana Souza Lopes, 23 anos, acaba de se formar em enfermagem. No último semestre, primeiro de 2021, ela se graduou no Centro Universitário do Planalto Central (Uniceplac), em Brasília. A moradora do Gama se encaixa no perfil ideal citado por Vânia Montenegro, diretora de serviços de RH da Employer, uma vez que está em busca de empregos temporários.
De acordo com ela, é extremamente difícil conseguir uma colocação e, antes disso, ela já sentia dificuldade em ter acesso a estágios. "Agora, procuro empregos temporários porque estou estudando para passar em uma residência", conta.
A opinião da enfermeira é de que o mercado de trabalho não está pronto para receber recém-formados. Juliana diz perceber a dificuldade não só de sua própria experiência, mas observando a vivência de outros colegas de curso. Segundo a profissional, "todos os recrutadores, sem exceção, procuram pessoas com experiência".
Não é uma dificuldade somente da enfermagem, acredita Juliana. Na sua visão, várias profissões enfrentam o mesmo problema. Segundo ela, as empresas pedem uma experiência de, no mínimo, dois anos, o que é difícil, pelo número reduzido de estágios ofertados durante o período da graduação. Juliana diz, ainda, que envia seu currículo em sites de hospitais e clínicas, mas nunca obteve uma resposta. Ela conta que as pessoas que se formaram na mesma turma e conseguiram um emprego foi por meio de indicação ou por já ter tido um estágio.
"Eu optei por estudar para a residência, que é na área da saúde, porque, para mim, vale mais a pena. Além de eu conseguir uma experiência boa, vai agregar bastante ao meu currículo", afirma. Outro ponto positivo da residência em enfermagem, conforme suas palavras, é a bolsa. De acordo com Juliana, o salário inicial para a carreira que ela escolheu é baixo, no entanto, a bolsa de residência supera esse valor. Além disso, o residente ganha moradia. "Se eu conseguir, vou ficar bem feliz, mas é preciso ter um plano B, e o meu plano B é arrumar emprego na minha área, só que está difícil", conclui.