Seleções à vista no DF
No Distrito Federal (DF), diversos concursos foram autorizados pela Secretaria de Estado de Economia do DF em portaria de 8 de março. Porém, os certames dependem do parecer favorável das áreas técnicas de pessoal, orçamento e finanças da pasta para prosseguirem os trâmites. Os concursos autorizados englobam carreiras como assistência pública à saúde, apoio às atividades policiais civis e magistério. Confira a lista:
-Apoio às atividades policiais civis;
-Assistência pública à Saúde;
-Atividade de defesa do consumidor;
-Atividades do trânsito;
-Auditoria de atividades urbanas;
-Cirurgião-dentista;
-Desenvolvimento e fiscalização agropecuária;
-Enfermeiro
-Gestão de resíduos sólidos
-Médico
-Planejamento urbano e infraestrutura
-Auditoria de controle interno
-Assistência à educação
-Magistério
Fonte: DODF, edição de 8 de março de 2021
Continue os estudos
A perspectiva otimista demanda dos concurseiros a continuidade da preparação, e os especialistas alertam que não é hora de desistir, mas, sim, de aproveitar o tempo para estudar e realinhar os objetivos.
Laura Amorim, gerente do Estratégia Concursos, alerta que seguir firme nos estudos pode ser um diferencial em relação aos outros candidatos. A gerente destaca que a preparação deve começar o quanto antes, pois o concurso é um investimento de médio a longo prazos.
“Normalmente, são muitas disciplinas cobradas nas provas. Isso exige muitas horas de estudo por parte dos concurseiros. O esperado é que a pessoa estude, dependendo da prova e da carga horária, em torno de seis meses a um ano ou até mais”, defende.
Janela de oportunidade
Laura também afirma que o período de espera é ideal para quem flerta com concursos públicos, mas não se considera pronto para enfrentar as provas. “Essa é mais uma oportunidade para aquele aluno que quer começar, mas está receoso. Talvez ele tenha essa janela de oportunidade de conseguir chegar pronto à prova”, diz.
Para quem já tem uma rotina de estudos e se prepara há mais tempo para os concursos previstos, Laura sugere um ritmo mais brando. “Aqueles que estão mais avançados podem usar essa suspensão para, talvez, diminuir um pouco o ritmo enquanto aguardam para ver como as coisas vão se desdobrar, mas seguir estudando, porque eles podem estar já competindo pelas primeiras colocações”, ressalta.
Professores dão dicas de preparação
Laura Amorim destaca que o primeiro passo, antes mesmo de começar os estudos, é entender em qual perfil o estudante se enquadra. “Para aquele aluno ainda iniciante, indico que comece com um ritmo forte para tentar chegar à prova competitivo”, sugere.
Saiba Mais
Além disso, a situação do concurso será fator determinante para o ritmo de estudos. Se o edital já está aberto, ainda que suspenso, não é recomendado diminuir muito os estudos, pois a prova ocorrerá em breve. Contudo, se o edital ainda não está na praça, deve haver preparação, mas com uma programação de estudo de médio e longo prazos.
A professora alerta que estudar em casa, mesmo que mais confortável, pode ser uma armadilha. Entre os principais problemas está a procrastinação. “A gente tem que tomar muito cuidado para não cair naquela armadilha de achar que, como às vezes tem um horário mais flexível, pois está de home office, ou mesmo desempregado, pode ficar deixando rolar. Para não se perder ao longo do dia, é legal estabelecer um horário fixo de estudo”, ressalta.
“Em casa, é muito relevante também conversar com as pessoas que moram com você para explicar a situação a fim de evitar interrupções nos estudos em um período de distanciamento social”, recomenda. Além disso, ela recomenda alguns passos: estabelecer horário para dedicar a um estudo focado no concurso; encontrar um bom material teórico para lhe guiar; investir na resolução de questões; revisar os conteúdos estudados; e encarar os estudos com seriedade.
O professor de português e mentor do Gran Cursos Eduardo Cambuy considera que, além da preparação com os conteúdos, é preciso ter atenção ao emocional, ainda mais durante a pandemia. “Diante dessa instabilidade, o melhor que o aluno pode fazer é intercalar os estudos com atividades físicas e mentais, como meditação, leitura e práticas esportivas”, propõe.
Preparação árdua
Lara Letícia Santana da Silva, 21 anos, tem se preparado para o concurso de técnico jurídico da Procuradoria-Geral do Distrito Federal (PGDF), que oferece 100 vagas com remuneração de até R$ 7.320. Os estudos da jovem começaram em dezembro de 2019, assim que saiu o edital. A aplicação, marcada inicialmente para março de 2020 e desmarcada, sofreu adiamento devido à vigência de decreto distrital que proibia aglomerações. Não há nova data de prova prevista.
Ainda assim, a jovem segue firme na rotina de estudos. “Eu considero que minha preparação tem ido bem. Até mesmo quando a prova foi adiada devido à pandemia, encarei como algo positivo e como uma oportunidade valiosa para aprender mais os conteúdos cobrados”, relata. “Em novembro, eu dei uma desacelerada devido à necessidade de focar mais na faculdade e estar adentrando no último semestre e passei uns dois ou três meses estudando menos as disciplinas do edital”, afirma.
Este ano, ela retomou o ritmo de estudos, mas sem extrapolar. Moradora de Ceilândia, Lara concilia a preparação com a graduação em gestão pública no Instituto Federal de Brasília (IFB), um estágio e as tarefas cotidianas de casa. Ainda assim, separa um período do dia para atividade física. Lara aposta na resolução de questões e participa de um grupo na internet em que compartilha dúvidas e exercícios com outros estudantes.
Foco nos objetivos
Morador de Brazlândia, Marcelo dos Santos Pereira, 29 anos, também se prepara para o concurso da PGDF. Já concursado e graduado em teologia e pós-graduado em gestão pública, o carteiro precisa conciliar os estudos com a segunda graduação em pedagogia, a atenção à família, além da venda de frango assado aos fins de semana para incrementar a renda. Com uma rotina tão intensa, Marcelo encaixa os estudos nos períodos que sobram. “Nem todo mundo tem esse privilégio de só estudar”, pontua.
Ele destaca que se mantém obstinado por não esquecer do seu objetivo: garantir melhores condições para a família. “Eu quero uma vida melhor para os meus filhos. Se eu parar agora, lá na frente eu vou tentar recomeçar e vou ter perdido toda oportunidade e tempo que eu tinha”, ressalta. Além disso, a vontade de dar entrada na compra de uma casa para a mãe o motiva.
Marcelo viu no adiamento da prova uma oportunidade, pois teria mais tempo para se preparar a fim de estar páreo à concorrência e ao nível de dificuldade das provas. “A pandemia foi uma situação que me permitiu aprofundar mais (nos estudos). Eu tentei usar isso como algo positivo no sentido de dedicar mais tempo, até porque eu sei que muita gente decidiu parar neste período ou vai voltar só na época em que a prova estiver marcada”, ressalta.
Entre junho e julho, Marcelo teve covid-19 e precisou se isolar em casa. Mas nem isso o desmotivou. Foi a época em que mais se aprofundou nos estudos. “Eu tenho que transformar esse caos em oportunidade de alguma forma”, ressalta. “Se eu parar por causa de um cenário ruim, eu vou estar dizendo que tudo que fiz até aqui não significou nada. E (como fica) o tempo que eu perdi, que eu deixei de estar brincando com meus filhos?”
Estagiário sob a supervisão da subeditora Ana Paula Lisboa*