Quando se fala em entrevistas de emprego, o cuidado com a aparência aparece entre as recomendações de especialistas e recrutadores. No entanto, você já parou para pensar que a sua imagem é importante não só na hora de uma seleção, mas em todos os momentos da carreira? Ela pode ser determinante para contratações, promoções e para as relações que você constrói no trabalho.
É o que ensina a consultora de imagem Débora Lafetá, 35 anos. “O jeito como você se apresenta ao mundo pode lhe levar muito mais facilmente para o cargo em que você quer estar: os outros podem perceber para onde você quer ir de acordo com isso”, afirma. Essa comunicação por meio do visual é mais assertiva quando a pessoa se conhece e tem uma assinatura pessoal de estilo.
Há um descompasso quando o nível de profissional que a pessoa é não transparece no exterior, o que faz com que os outros tenham mais dificuldade de fazer a leitura do interior desse indivíduo. Como saber o que você quer passar para os outros depende também de se conhecer.
“O autoconhecimento tem grande impacto na forma como nos mostramos ao mundo, afetando nossa imagem, nossas atividades, a forma como os outros e nós nos percebemos e lidamos conosco e com os outros”, ensina.
Por meio da consultoria Dicionário de Estilo, Débora ajuda mulheres e mães a se sentirem mais felizes e confiantes com a própria imagem, unindo autenticidade, bem-estar e segurança. Tudo isso para tornar mais fácil para as clientes conquistarem objetivos nas mais diferentes áreas, incluindo a carreira.
Fugindo do que muitos entendem por moda, Débora pega na mão das assessoradas ao guiá-las pela autodescoberta e pela criação de uma assinatura pessoal de estilo, em meio a um mundo tão cheio de imposições, padrões de beleza e cópias.
“Essa mudança muda as suas relações. Uma cliente servidora pública de cargo alto se vestia de modo muito formal e queria que as pessoas a vissem de modo mais leve. Ela dizia: eu sou leve, mas não sei passar isso com as minhas roupas”, conta Débora. Isso fazia com que as pessoas tivessem medo de se aproximar.
Com a consultoria de imagem, essa cliente se redescobriu com roupas coloridas, acessórios arredondados e delicados. “As pessoas estranharam a mudança no começo, mas, hoje, a enxergam como alguém acessível, a quem podem procurar e pedir ajuda.” Débora explica que esse processo muda como os outros e também como você mesmo se vê.
Refazendo a carreira
Para Débora, a consultoria de imagem foi uma chance de recomeço e redescoberta. Graduada em tradução — inglês pela Universidade de Brasília (UnB), ela trabalhou como tradutora e professora do idioma por cerca de 10 anos até que, por um grave problema na voz, precisou interromper a carreira.
“Eu ficava afônica frequentemente. Procurei um especialista e, depois de muitos exames, descobri que eu tinha uma fenda nas cordas vocais. Ele disse: se você insistir em dar aulas, vai acabar desenvolvendo um câncer”, relata. Assim, em 2016, ela interrompeu o trabalho na Casa Thomas Jefferson.
Na época, ela estava lidando com lutos pela perda de um tio jovem e, depois, pela morte da filha dele, de apenas 6 anos. “Olhando para todo esse cenário, o afastamento das salas de aula foi triste, mas pequeno”, admite. “Eu pensei: para isso tem jeito, isso a gente resolve.”
A alternativa buscada na época foi estudar para concursos públicos. Porém, com o tempo, viu que aquilo não trazia felicidade. “Eu queria achar algo que eu gostasse de fazer como eu gostava de dar aula”, explica.
Débora sempre se interessou por moda, por comunicação e por pessoas, então fez um curso de consultoria de imagem no Fashion Campus. Após a formação, a experiência com a área começou de modo despretensioso, atendendo amigas de graça. “Elas adoraram e começaram a me indicar para outras amigas. Foi surgindo gente e eu me vi feliz nisso.”
À medida que aumentou a procura, Débora buscou especializações na área. “Vendo o retorno que eu tinha, eu pensei: é aqui o meu lugar. Por meio da consultoria de imagem eu me reconectei comigo mesma e quero ajudar outras mulheres a fazerem o mesmo”, explica. No fim, Débora continuou sendo tradutora, só que, agora, de estilos, fazendo a ponte entre quem a cliente é e o que ela comunica ao mundo por meio do visual.
Depoimento
“Reencontro comigo mesma”
“Fiz a consultoria de imagem com a Débora Lafetá em 2019. Estou colhendo os frutos até hoje e tenho certeza de que vou colher por muito tempo. Eu sentia que a minha imagem externa não era integrada com o que eu queria transmitir internamente. Isso era muito frustrante, mexia comigo e com minha autoestima, porque, por dentro, eu era uma pessoa e, por fora, eu transmitia outra. Isso afetava meu trabalho e minhas relações. Hoje, eu sei olhar as roupas, sei as cores que combinam comigo. Vi que, com pouco, dá para montar diversos looks. Sou muito grata a esse processo que mudou minha autoestima e minha postura. Foi um reencontro comigo mesma. Eu indico a todas as pessoas. É um investimento em qualidade de vida, em autoimagem e autoestima e isso não tem preço.”
Nadia Luiza, terapeuta
Nicho maternal
Desde o início do trabalho com consultoria de imagem, em 2016, Débora acabou tendo várias mães entre o escopo de clientes. “Muitas não se encontravam mais no guarda-roupa antigo após o nascimento dos filhos porque o corpo e o estilo de vida mudaram”, explica.
Mãe de um menino de 1 ano chamado Tom, Débora conta que não passou por esse processo de “se perder”, porque, por ser consultora de imagem, durante a gestação, pensava muito no que compraria e ponderava sobre as roupas que conseguiria usar após a gravidez, as peças que fariam sentir que ainda era ela mesma.
Muitas mulheres, no entanto, não têm esse conhecimento e, no meio de tantos afazeres antes e após o parto, acabam deixando a si próprias de lado. Elas procuram a ajuda de Débora não para comprar um guarda-roupa todo novo, mas para conseguir fazer uma adequação que, sozinhas, parece muito difícil.
“Essa consultoria ajuda a priorizar o cuidado consigo, se perceber, se acolher naquele momento e trazer soluções factíveis e que não vão gerar mais uma ansiedade”, informa a consultora. “Por exemplo, se a mulher passa o dia todo em casa com o bebê de pijama, vamos escolher um pijama que converse com as necessidades dela, com o qual ela se sinta valorizada e bem para ver outras pessoas”, explica.
Retorno ao trabalho
A volta ao serviço após a licença-maternidade pode ser muito desafiadora. Por meio da consultoria de imagem, Débora ajuda as assessoradas a tornarem esse processo mais leve e a se sentirem mais felizes. As freguesas relatam aumento da produtividade, pois se sentem melhores como mulheres, mães e profissionais. A consultora de imagem explica que se preocupar consigo mesma, por dentro e por fora, faz a diferença.
Por mais que a maternidade seja um processo de extrema doação, a mulher consegue se doar de modo melhor ao filho ao priorizar também a si mesma. “Ao olhar para mim e ao cuidar de mim, eu consigo cuidar melhor do meu filho e do meu trabalho.” O que não quer dizer que, mesmo com a mãozinha de uma consultora de imagem, o retorno ao trabalho pós-licença-maternidade será fácil.
“É sofrido mesmo assim. Muitas mães esquecem um pouco de si mesmas. A gente vive numa sociedade machista, o trabalho com o bebê recai mais sobre a mulher”, pondera Débora. “Ela pensa: tenho que dar conta de tudo, tenho que ser uma profissional perfeita, tenho que ser a mãe ideal… Ela amamenta, cozinha, leva à escola, ajuda a fazer dever e, no fim do dia, não olha para si mesma”, descreve.
A consultora adapta o trabalho às necessidades das clientes
Serviço completo
A brasiliense presta uma consultoria de imagem que se adapta às necessidades da cliente, podendo envolver análise de coloração pessoal, montagem de looks, compras e exercícios de autoconhecimento. Nessa última parte, a consultora entra a fundo na história de vida da pessoa.
Para ajudar nesse mergulho no autoconhecimento, Débora conta com a ajuda da psicóloga Laisa Sala. “Por vezes, entramos em searas do autoconhecimento em que o consultor não tem repertório técnico para lidar. Uma cliente tinha trauma de usar uma cor que ela relacionava com a perda do irmão”, exemplifica Débora. O Dicionário de Estilo conta ainda com a ajuda da irmã e sócia administrativa Marina Lafetá, administradora.
Workshop de estilo pessoal para mães
Na próxima quinta-feira (14), das 19h15 às 20h15, Débora ministrará uma oficina on-line e gratuita voltada para mulheres com filhos e com desejos de transformação para 2021. As inscrições vão até o dia do evento, às 10h, pelo link www.dicionariodeestilo.com.br/inscricao-jan21-ls1. No encontro, as participantes conseguirão identificar origens de escolhas de vestimenta, aprender como usar peças a favor delas, analisando os sentimentos que os itens de vestuário despertam.
Na dúvida sobre como se vestir para uma entrevistade emprego ou reunião de trabalho em diferentes contextos?
É possível transmitir personalidade também nessa ocasião. “Mas lembre-se: você tem que chamar a atenção e não a sua roupa. A roupa tem que ser uma extensão da sua pele para que o recrutador consiga identificar suas habilidades”, ensina Débora Lafetá. final, não é o objetivo que o profissional de RH passe a entrevista inteira se perguntando algo como: por que essa pessoa está usando esse colar tão extravagante? Confira dicas da consultora de imagem a depender do contexto:
Ambiente formal
» Na busca por credibilidade, muitas mulheres apostam no clássico terninho que, às vezes, não têm nada a ver com o estilo delas. “É preciso passar credibilidade com peças que, de fato, sejam representativas da sua personalidade”, diz. Na consultoria, ela passa exercícios às clientes sobre como explorar essa possibilidade.
» Quando se pensa numa situação formal, o clássico camisa e tailleur vem à mente. Essas vestimentas inspiradas no guarda-roupa masculino trazem certa sensação de segurança, mas Débora é a favor de fugir disso com toques de feminilidade e toques do seu estilo.
» É possível usar uma pantalona de cintura alta; uma sandália sem salto, mas com pedrarias; uma camiseta bacana; e um acessório que não fuja da seriedade, mas que traga personalidade.
» Também dá para apostar num sapato de bico fino, numa camisa social com corte diferente, com gola ou até usando a gola para dentro de modo mais estruturado, como a atriz Jane Fonda tem usado. Um acessório metalizado, mas sem glitter, pode cair bem.
» Um sapato Oxford com calça pantacourt é outra opção.
Ambiente despojado ou alternativo
» Ao pensar num espaço mais criativo, é possível ousar um pouco mais, mas sempre buscando transmitir de fato a sua personalidade, ensina Débora.
» Você pode usar uma calça jeans de tom mais escuro de cós alto, para não mostrar nada indesejado, e também que não seja rasgada. Aí dá para brincar com uma terceira peça, que pode ser um blazer, uma sobreposição, um quimono bonito…
» Os acessórios falam muito também. Até mesmo o cabelo transmite algo. Que tal ir com um rabo de cavalo bem cuidado?
» Para uma entrevista num escritório de arquitetura com projetos personalizados, uma cliente usou um macacão colorido e brincos de prata bem grandes, pintou as unhas de preto e fez um coque simples com grampo embutido. “É muito importante a pessoa se mostrar de verdade. A intenção era mostrar a criatividade dela e ela passou na seleção”, conta.
Saiba mais
» Dicionário de estilo é o material final que a cliente recebe ao fim de uma consultoria e foi o termo usado para batizar o empreendimento de Débora, que é membro da Associação Internacional de Consultores de Imagem.
» Durante a pandemia, ela passou a atender a distância. “Fiz 2020 inteiro on-line com a agenda cheia e tenho agenda fechada até março de 2021”, comemora. Por meio de videoconferências e envio de fotos e mensagens, ela acompanha as clientes em etapas como montagem de looks.
Este ano, ela passará a ter também atendimento em turmas on-line, voltadas, principalmente, para o público materno. Para saber mais sobre os serviços, acesse:
» Site: www.dicionariodeestilo.com.br
» Facebook: www.facebook.com/dicionariodeestilo
» Instagram: www.instagram.com/deboralafeta