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O trabalho humanitário não para na pandemia: confira ações do CICV

Instituições como o Comitê Internacional da Cruz Vermelha levam ajuda a quem precisa, uma missão que se tornou ainda mais importante com a crise

Ana Lídia Araújo*
postado em 18/10/2020 18:16 / atualizado em 18/10/2020 18:17
 (crédito: Camila de Almeida/CICV)
(crédito: Camila de Almeida/CICV)

Com o desenrolar da pandemia, a vulnerabilidade social aumenta em todo o globo. Quem precisa de ajuda não pode esperar o mundo voltar ao normal para receber apoio. É o caso de famílias enfrentando fome, vítimas da violência armada, refugiados, pessoas com parentes desaparecidos, entre outros grupos. Assim, o trabalho humanitário torna-se ainda mais essencial e também não pode parar. A delegação regional do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), que representa Brasil, Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai, adequou procedimentos e continuou em ação durante a pandemia.

Segundo Valentina Torricelli, italiana e chefe do escritório do CICV em Fortaleza (CE), nenhuma atividade foi interrompida. A organização trabalha em conjunto com autoridades para tratar das consequências da violência urbana e fortalecer serviços essenciais de saúde, educação e assistência social. Saídas de campo são feitas para entrega de doações. “Trabalhamos sempre com máscaras e luvas, tomando todos os cuidados”, ressalta Valentina. O cumprimento rigoroso de normas de saúde também tem o objetivo de dar o exemplo a quem recebe as doações. “É uma forma de conscientizar”, pontua.

Valentina Torricelli (centro), é chefe de escritório de organização humanitária
Valentina Torricelli (centro), é chefe de escritório de organização humanitária (foto: Camila de Almeida/CICV)

Cuidar de quem cuida

O primeiro passo do CICV na pandemia foi priorizar a equipe. “Nosso foco é o beneficiário, mas precisamos garantir que os funcionários estejam bem. Nossa preocupação é dar suporte para que eles possam transmitir o mesmo cuidado a quem a gente atende”, afirma Lígia Silva Pereira, gerente regional de Recursos Humanos da organização. Com a adaptação do trabalho a distância, ela sente que a equipe está até mais conectada e organizada. “Estamos o tempo todo identificando como estão nossos colegas, ligando e mandando mensagens uns para os outros, nos cuidando”, relata a psicóloga.

Para a gerente regional de recursos humanos da CICV, Lígia Silva Pereira, é essencial cuidar antes da saúde dos funcionários para garantir bom atendimento aos beneficiários
Para a gerente regional de recursos humanos da CICV, Lígia Silva Pereira, é essencial cuidar antes da saúde dos funcionários para garantir bom atendimento aos beneficiários (foto: Arquivo Pessoal)

Segundo Simone Casabianca-Aeschlimann, chefe da Delegação do CICV, as questões relacionadas à covid-19 estavam sendo monitoradas antes mesmo de o vírus chegar ao Brasil. Assim, ajustes puderam ser pensados com calma. Muitas vezes, o trabalho humanitário é feito em lugares perigosos. “Nossos funcionários sabem que podem ser chamados para trabalhar em situações complicadas.” Por isso mesmo, é fundamental que a entidade cuide da saúde mental e física da equipe. “O nosso maior valor é o trabalhador. Para o trabalho ser feito da melhor forma, a gente tem que cuidar de quem cuida”, afirma.

"Os resultados para os beneficiários nunca foram tão bons" diz Simone Casabianca-Aeschlimann, chefe da Delegação Regional do CICV
"Os resultados para os beneficiários nunca foram tão bons" diz Simone Casabianca-Aeschlimann, chefe da Delegação Regional do CICV (foto: Arquivo Pessoal)

Saiba mais

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha responde, especialmente, às necessidades de pessoas afetadas por conflitos armados, incluindo violência urbana. Há, também, ações específicas para os tempos de covid-19, como diálogos de combate à pandemia, doação de material e instruções para fabricação de máscaras em sistemas penitenciários, cursos de higiene e envio de ajuda a hospitais e alojamentos no Norte do país. O comitê também oferece a imigrantes a oportunidade de se comunicar com parentes e apoia famílias de pessoas desaparecidas. Para fazer uma doação e saber mais, acesse o site.



*Estagiária sob a supervisão da subeditora Ana Paula Lisboa

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