
Júlia Christine — Especial para o Correio
A trajetória de Maria Clara Lopes Rolim, 27 anos, é marcada por mudanças de caminho e muita dedicação. Formada em relações internacionais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e em artes cênicas pela Casa das Artes de Laranjeiras (CAL), ela percebeu, aos 23 anos, que sua vocação era a carreira médica e decidiu dedicar-se à preparação.
Após três anos de estudo, sua nota no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foi suficiente para ingressar em 86 das 88 faculdades públicas de medicina que ofereceram vagas em ampla concorrência pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu) 2025. Entre as opções, Maria Clara escolheu se inscrever na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde foi aprovada em 14º lugar entre as 100 vagas disponíveis.
A virada de chave na trajetória da estudante ocorreu durante a pandemia da covid-19, quando ela se aprofundou no tema da governança da saúde global em seu trabalho de conclusão de curso (TCC) em relações internacionais. “Mesmo com dois diplomas, eu sentia que não estava usando todo o meu potencial para impactar a sociedade. Buscava um propósito maior, algo que me permitisse ajudar pessoas diretamente”, conta.
Transição
A mudança para a área da saúde, no entanto, não foi fácil. Maria Clara precisou voltar aos conteúdos do ensino médio e dedicar-se integralmente à preparação para o vestibular de medicina. Nos três anos seguintes, a estudante seguiu uma rotina extremamente rigorosa de estudos, iniciando sua preparação no cursinho Hexag, especializado em vestibulares de medicina.
No segundo ano, percebeu que precisava de um direcionamento um pouco mais específico e aderiu à mentoria da Evolving, onde aprimorou sua organização, planejamento e estratégia de estudo. Ela revisou simulados, redações e provas das últimas 10 edições do Enem.
Experiência

Além do suporte acadêmico, Maria Clara contou com o incentivo dos pais, Ana Lúcia e Rubens, e acredita que sua formação em artes cênicas ajudou a desenvolver a desenvoltura e desempenho em sala de aula. "Tornar o estudo mais leve fez toda a diferença”, diz.
O esforço intenso resultou em um desempenho excepcional no Enem: Maria Clara acertou 165 das 180 questões e obteve 960 pontos na redação, garantindo nota mais que suficiente para ingressar na maioria das universidades públicas de medicina disponíveis no Sisu. No entanto, seu foco estava na UFRJ.
“Ver meu nome entre os aprovados foi surreal. Foram anos abrindo mão de tantas coisas — saídas com amigos, viagens, até relacionamentos —, mas cada sacrifício valeu a pena", compartilha.
Agora caloura de medicina, Maria Clara já pensa em sua especialização. Seu interesse está voltado para a cirurgia, com foco em cardiologia ou neurologia, mas ela mantém a mente aberta para explorar novas possibilidades. A estudante inicia, agora, uma nova fase, provando que determinação e foco podem transformar sonhos em realidade.
Dicas de ouro
Para quem deseja prestar vestibular de medicina, Maria Clara destaca a necessidade de estabelecer metas claras e organizar a rotina de estudos. Segundo ela, a dedicação e a disciplina são fundamentais para alcançar bons resultados. "Procurar uma mentoria para estudos faz toda a diferença", recomenda.
O caminho até a aprovação pode ser repleto de altos e baixos, e aprender a lidar com isso é essencial. "Nem todo dia será perfeito, e tudo bem", afirma a estudante, reforçando a importância da resiliência ao longo do processo. Já para evitar o desgaste físico e mental, assim como manter a saúde e a produtividade, Maria Clara aconselha não abrir mão de momentos de lazer e descanso na rotina.
Além disso, comparações podem ser prejudiciais durante a preparação. Por isso, ela enfatiza a importância de confiar no próprio ritmo: "Cada um tem seu tempo. Nunca se compare. Concentre-se na sua jornada e nos seus objetivos", conclui.