Enamed

Enamed: MEC unifica avaliação da formação médica e o acesso à residência no país

O Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica (Enamed) será obrigatório para estudantes de medicina, cuja nota poderá ser usada para ingresso em programas de residência médica no país

Correio Braziliense
postado em 23/04/2025 16:51 / atualizado em 23/04/2025 17:03
Enamed une o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) e o Exame Nacional de Residência (Enare), que já eram aplicados no país -  (crédito: MEC/Reprodução)
Enamed une o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) e o Exame Nacional de Residência (Enare), que já eram aplicados no país - (crédito: MEC/Reprodução)

Artur Maldaner*, Marina Rodrigues

A partir de 2025, todos os estudantes concluintes de medicina no Brasil deverão realizar o Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica (Enamed), lançado pelo Ministério da Educação (MEC) nesta quarta-feira (23/4). A proposta é transformar o processo de avaliação da formação médica no país, unificando processos que, até então, eram aplicados separadamente. Além de obrigatório, o Enamed poderá ser utilizado como critério de ingresso em programas de residência médica de acesso direto no país.

A primeira aplicação da prova está prevista para outubro deste ano, com inscrições gratuitas a partir de julho. Estudantes que desejarem usar o resultado para participar da seleção do Enare, que seleciona residentes médicos, precisarão se inscrever separadamente e pagar a taxa correspondente. Já os estudantes que apenas cumprirem a exigência do Enade, sem interesse em utilizar a nota para residência, estarão isentos da cobrança.

De acordo com o MEC, entre os principais objetivos do Enamed, estão a verificação do domínio das competências previstas nas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs), a oferta de insumos para a melhoria dos cursos de medicina, fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) e a construção de um modelo padronizado e transparente de avaliação.

Ciclo virtuoso

O Enamed será realizado anualmente e, de acordo com o MEC, funcionará como um exame “guarda-chuva”, unificando o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) para cursos de medicina e a prova objetiva do Exame Nacional de Residência (Enare), atualmente conduzida pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) será responsável pela aplicação, em colaboração com a Ebserh.

Com a integração, o MEC espera criar um "ciclo de fortalecimento mútuo" entre os exames, uma vez que a nota obtida no Enade passa a ter um papel direto na vida profissional do estudante e deve aumentar o engajamento na avaliação. Além disso, ao exigir que todos os concluintes da graduação façam a prova, espera-se uma maior adesão ao Enare e, consequentemente, um ingresso mais qualificado à residência médica.

A avaliação atenderá dois públicos: estudantes de medicina concluintes, que farão o Enade e poderão optar por utilizar a nota no Enare, e médicos formados que desejam participar das seleções de residência médica de acesso direto — na qual recém-formados podem se inscrever diretamente na especialidade desejada, sem necessidade de ter cursado uma residência prévia. Nesse caso, a participação no Enamed será necessária para fins de avaliação.

A mudança também permitirá que os cursos de medicina sejam avaliados anualmente, oferecendo dados mais atualizados sobre a qualidade do ensino na área, além de medir o desempenho individual dos estudantes e subsidiar ações de melhoria nas instituições.

Além do lançamento do Enamed, o MEC oficializou a institucionalização do Enare por meio de portaria. O exame, que vinha sendo aplicado pela Ebserh, passa a ter caráter oficial, com a Ebserh assumindo a competência legal para conduzir o processo de seleção de residentes nas áreas médica, uni e multiprofissional.

*Estagiário sob a supervisão de Marina Rodrigues

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